sexta-feira, 20 de abril de 2012

LICENÇA CRÔNICA: SONIA RITA SANCIO LÓRA (SUNNY LÓRA)


Sonia Rita Sancio Lóra (Sunny Lóra) ama as letras; tanto as que ela mesma rabisca e todas as outras de tantos escritores, todos os dias de sua vida. Teresense apaixonada por sua terra, Sonia mora em Vitória, tem dois filhos e uma neta. Sempre que pode corre para Santa Teresa, para abraçar sua mãe e os irmãos Nega, Tica, Toni e Paulo, muito unidos e amados. Faz parte da AFESL – Academia Feminina Espírito Santense de Letras, através da cadeira número 40, do Conselho Municipal de Cultura e do Instituto Histórico e Geográfico do ES. Colabora para a Seção “Pra Viver, Poesia”, do Diário Oficial do ES, desde 2005 e tem apresentado várias crônicas no Caderno “Pensar” de A Gazeta. Seus livros são “Portais da Alma” – 2005; “Lua Perfeita” – 2008; “Delicatta”, 2008 e “Contos de Saudade”, 2010, este em parceria com sua irmã Nega, a Maria Cecilia. Tem participação em oito Antologias. Seu site é www.sonialora.art.br e seu blog é www.amordepoeira.com. Confira, abaixo, a crônica “O que não podemos alcançar”:

O QUE NÃO PODEMOS ALCANÇAR

O pequeno Rio Timbuí, em Santa Teresa-ES, passa exatamente atrás da casa que fui criada, onde meus irmãos e eu pescávamos piabas e mandis, com anzóis e varas de bambu, catadas às margens do rio.

Do outro lado, há uma densa floresta. É linda, como tudo que temos da natureza. Dentre as milhares de árvores, um dia eu resolvi escolher uma só para mim! Os tons de cores que ela tem são bem diferentes e, por esta razão, ela me chamou a atenção. Muitas vezes eu me perguntei se alguém a tinha plantado, um dia. Acho que não!

Ninguém iria plantar tantas árvores, tão juntinhas... Foi uma obra do Deus-Natureza mesmo... assim como aquela pedra lisinha que fazia parte do caminho da igreja, que resolvi também pegá-la emprestado pra mim. Esta mania de sonhos vem desde que eu era menininha... Fazia questão de não contar pra ninguém, com receio que alguém também quisesse as duas...

Hoje, passados tantos anos, a pedra e a árvore ainda continuam lá. Na pedra, eu faço questão de colocar os meus pés descalços. Já a árvore... Eu a abraço de longe, sem que eu nunca a tenha visitado. Não dá para chegar até ela, não tem caminho... Só se eu for desbravando as matas, talvez eu chegue até ela e possa reverenciá-la bem de perto!

Existem coisas na vida da gente que nunca poderemos alcançar, mas com certeza, podemos vê-las, apreciá-las e senti-las... Algumas pessoas, mesmo de longe, nos dão a mão de tal modo que sentimos o coração pulsando, a boa vontade e a beleza interior se expandindo dentro de nós, dando-nos força e esperança para chegar até a árvore que tanto amamos.

Com essas pessoas, eu partilho a minha árvore querida.

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