sábado, 30 de junho de 2012

ENTREVISTA COM A CANTORA MARCELA LOBBO

Mineira de nascimento e capixaba por seguir instintos e sons, dona de uma voz inconfundível, Marcela Lobbo guarda em sua bagagem diversos prêmios conquistados em Festivais Nacionais, dentre eles o Prêmio “Vanguarda” e o Troféu “Guananira”. Convidada por diversas vezes para fazer a abertura de shows de artistas renomados (Luiz Melodia, Ana Carolina, João Bosco, Zélia Duncan, entre outros). Confira, abaixo, a entrevista com a cantora:

1 – Olá, Marcela como as artes entraram em sua vida? A música foi sua primeira paixão?

Resposta: Olá amigos! Tudo foi muito natural. Comecei a cantar no quintal da minha casa e em festas de família. Com 13 anos, resolvi ser cantora.

2 – Aliás, falando em outros tipos de arte, você gosta de outros construtos artísticos? Tem aptidão para outras formas de artes?

Resposta: Gosto muito de ser Dj....

3 – Conte-nos como foi o inicio de sua carreira aqui em Vitória. Quando você decidiu começar a cantar profissionalmente? Houve algum momento capital ou foi acontecendo gradativamente? Como a capital de nosso estado recebeu a jovem Marcela Lobbo?

Resposta: Comecei aos 16 anos timidamente cantando... foi no Flautin Bar e Aconchego, ambos em bairro República. Depois fui cantar na Lama, no Cochicho da Penha, com a nossa amiga cantora Rosanna Brito. Tudo foi acontecendo gradativamente e a Capital de Vitória me abraçou bem.

4 – Falando em jovens artistas... Você, conhecedora de Vitória e do estado que é, diga-nos: Como foi e como é que o nosso estado recebe os novos artistas? Temos uma “identidade artística capixaba”? Acontece a valorização das coisas da terra? Ou você acha que esse “bairrismo cultural” é desnecessário? Você acha que há perspectivas de melhorarmos quanto à valorização de novos talentos?

Resposta: Sim, em Vitória tive uma boa aceitação na noite capixaba. Consegui bastante trabalho e fiquei conhecida rapidamente. No entanto, acho que o estado pode valorizar mais seus artistas, fazendo que eles não precisam sair da cidade.

5 – Disse que você é conhecedora de Vitória, mas também tens muitas estórias de Juiz de Fora (MG) e de São Paulo. O que motivou sua (s) saída (s) de Vitória? Quais as grandes diferenças artísticas/ culturais entre os locais em que você morou?

Resposta: Sim, morei em Juiz de Fora um tempo e cantei muito nos bares de lá e fiz alguns shows importantes. Em Santos, já estou morando um tempinho e vejo que em pouco tempo, já estou ficando bem conhecida. Em Sampa também, as pessoas são bem receptivas. Sair de Vitória para mim, foi uma necessidade de mudar minha condição de cantar, pois parece que depois de um tempo em Vitória, ficamos estacionados.

6 – Você é uma cantora de festival (tenho ganho alguns de muita relevância, inclusive). Conte-nos qual é a grande sacada dos festivais. Faltam mais eventos como esse no país para revelarmos novos e/ou desconhecidos talentos? Ainda é possível sonhar com festivais que mobilizem o país como os que ocorriam nas décadas de 60/70?

Resposta: Os festivais são muito importantes... vários talentos foram descobertos em festivais, mas hoje mudou muito o caráter dos festivais. Veja pela cidade de Alegre, onde as músicas inéditas não fazem mais parte da grande sacada do evento e sim os shows de artistas famosos que lá se apresentam. Programas de auditório são muito suspeitos e seria uma coisa maravilhosa se aqueles maravilhosos festivais voltassem, mas acho que “eu quero tchu, eu quero tcha” está tendo mais ibope no momento. Risos.

7 – Como foi a produção de seus CD’s? Qual foi o processo de escolha de repertório? Você sempre passeou pelas composições da terra com os de grandes nomes da música nacional, não é? Por que dessa mesclagem?

Resposta: Sempre recebi apoio da Lei Rubem Braga em meus discos. Mas, sempre fiz poucas cópias e de forma independente, nunca tendo a oportunidade de colocar em uma gravadora ou num bom selo. Sempre achei interessante divulgar compositores capixabas e apenas, neste último trabalho, que mesclei mais as composições com artistas famosos.

8 – Como você analisa o mercado musical no país? O que você acha dessa “micheltelozização” que a nossa música tem passado? Quem você indicaria de novidade boa para os nossos leitores?

Resposta: Olha, está bem mal o mercado musical brasileiro, pois a internet tomou conta do novo conteúdo, e aí, as gravadoras acabaram investindo só em grotescas canções, que pegam no ouvido do povo, pois estas são sucesso de vendas. A internet ajudou e acho que ela abriu demais também, onde todos podem mostrar seu trabalho e essa oferta fez banalizar um pouco os trabalhos bons. Tanta coisa boa pra escutar, que dá até preguiça, entendem?

9 – O que podemos esperar de novo da Marcela Lobbo para o futuro? O que veremos em breve?

Resposta: O meu novo disco, “Outro Lugar”, está bem diferente. Venho com uma nova forma de cantar e com canções de compositores famosos: Frejat, Paulinho Moska, Zeca baleiro, Vander Lee e Elder Costa. Esse disco realmente marca uma nova fase musical em minha vida, onde reaprendi a gostar de cantar minhas coisas próprias... durante muito tempo, para sobreviver, fui obrigada a cantar apenas sucessos de rádio, para satisfazer ouvintes ávidos que me contratavam....


Nenhum comentário:

Postar um comentário