sexta-feira, 26 de outubro de 2012

CRÍTICA - 'ATÉ QUE A SORTE NOS SEPARE'



Tudo sobre 'Até Que a Sorte Nos Separe"
Filme tinha "missão" de manter boa fase das comédias brasileiras no cinema.

Impulsionado pela sucesso dos filmes de Selton Mello, Wagner Moura, Bruno Mazzeo e pela franquia 'Se Fosse Você' as comédias nacionais tem tido grandes sucessos tanto de público quanto de bilheteria. A missão de 'Até Que a Sorte Nos Separe' era manter essa pegada. Esse foi o filme que a equipe do Outros 300 foi assistir ontem e que faz a crítica para vocês agora.


Medo de arriscar torna filme previsível

O filme conta a estória de Tino (Leandro Hassum) um ferrado que vê sua vida mudar ao saber que sua esposa Jane (Danielle Winits) ganhou 100 milhões na loteria. De uma hora para outra os dois pobretões se transformam nos milionários mais importantes do estado. Contudo, esbanjadores e descontrolados, os dois acabam por torrar por completo toda a grana em 15 anos. Impossibilitado de contar à esposa sobre a falência por ela, grávida, não poder sofrer nenhum tipo de trauma, Tino tem de se virar para manter o estilo milionário de vida mesmo sem ter nenhum tostão.

O que se vê então é um filme certinho, corretinho, com as piadas em seus devidos lugares. Não há nenhum tipo de ironia, sarcasmo ou piada politicamente incorreta. O medo de arriscar - e por consequência perder público - torna o filme previsível e por vezes infantilóide.


Trama sem pecados

Se a ideia era mostrar um rico esbanjador e uma esposa pirua também esbanjadora o filme se prestou bem ao papel. O estilo "porra loca financeiro" de Tino rende bons momentos (os de Winits soam forçados e são sem graça). Na segunda parte, onde Tino tem de se virar para manter sua vida de "rico não mais rico" o roteiro se perde um pouco (e a graça também), mas nada trágico ocorre. O filme é linear e coeso do inicio ao fim. Ah, uma coisa! Nem sei se ser coeso, neste caso, foi bom ou ruim ao filme. Já disse que faltaram surpresas?


'Os Caras de Pau' no cinema

 O filme era a grande chance de Leandro Hassum mostrar que é um grande comediante e se livrar de vez do eterno personagem Jorginho de 'Os Caras de Pau' e 'Zorra Total', mas, infelizmente, não foi o que aconteceu. O ator, caricato até o último fio de cabelo, preferiu ficar em sua zona de conforto, fazendo as mesmas caretas, dando os mesmo gritinhos, e utilizando os mesmos tiques de seu personagem na TV.  Não será surpresa se você achar que está assistindo 'Os Caras de Pau' no cinema.

Não que caretas e personagens assumidamente caricatos não possam ser bons e engraçados, mas não é todo dia que temos um Jerry Lewis ou um Jim Carrey para interpretá-los. Quando o ator não é o rei das caretas (Jack Black que o diga) o ator fica parecendo, desculpe o trocadilho infame, realmente um atordoado.


Se isso serve de consolo para Hassum, Dani Winits conseguiu ser mais caricata e sem graça do que ele, mostrando que realmente nunca foi, é ou será, sequer, uma razoável atriz. Com um foco exageradamente em Hassum os coadjuvantes tiveram de suar sangue para aparecer. O também caricato (quem não foi neste filme?) Ailton Graça foi o que mais me fez rir um pouco.


Filme para um sábado a tarde com a família

Não que o filme não tenha sido engraçado em alguns momentos. A dica, aliás é: Não trate o filme a sério, ria das caricaturas e solte seu lado criança. Se conseguir isso 'Até Que a Sorte Nos Separe' será bem divertido, garanto. Fica a dica de um filme para o sábado a tarde. Não mais do que isso.

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