sexta-feira, 30 de novembro de 2012

ARNALDO ANTUNES: NA VANGUARDA DA CRIAÇÃO ARTÍSTICA



Arnaldo Antunes é reconhecido pela música singular e talento em diversos campos artísticos como compositor, músico, escritor e artista visual. O livro ‘Arnaldo Canibal Antunes’, publicação da Editora nVersos, apresenta um novo Arnaldo. A obra, de autoria da doutora em Literatura, Alessandra Santos, analisa a ligação do artista com o movimento modernista do século XX.

Quando Oswald de Andrade escreveu o Manifesto Antropófago, em 1928, pensava no canibalismo cultural como uma “devoração metafórica” de elementos estrangeiros para produzir uma síntese brasileira. Para Alessandra, não há antropófago maior nos dias de hoje do que Arnaldo Antunes.

A pesquisadora abre o livro com uma pincelada na história das vanguardas e do movimento modernista no Brasil, necessário para chegar até a obra de Arnaldo e explicar suas influências.

Dividida entre Arnaldo Antunes e a Poesia: poética da percepção; Arnaldo Antunes e a Música: poética da Bricolagem; e Arnaldo Antunes e as Artes Visuais: poética da apropriação, a análise da obra do canibal mostra que ela é “viva e alerta, lúcida como somente os vanguardistas foram (...). Arnaldo é inovador e corre riscos artísticos que poucos ousam, sempre almejando uma utopia”.

Alessandra propõe que a obra do músico reinventa e dialoga com o movimento antropofágico, tão importante para a cultura brasileira.

Eleito pela revista Rolling Stone como um dos 100 maiores artistas do país, Arnaldo alcança o grande público, ainda que mantenha a ousadia do experimental. Sua obra floresceu enraizada em diversos movimentos culturais, como a Antropofagia, o Concretismo e a Tropicália, reverberando também com uma tendência universal. O interesse em repensar as mídias já concebidas, criando novas formas e percepções de diálogo entre texto, som e imagem em seu fazer-arte, transformou o Titã Arnaldo Antunes em um canibal cultural que mantém escolhas próprias em sua produção e seleciona com maestria o que se deve deglutir e digerir.

Sobre a autora

Alessandra Santos é formada em Literatura Comparada na Universidade da Califórnia, em Berkeley, e Doutora em Literatura pela Universidade da Califórnia em Los Angeles. Já publicou vários artigos em diversos livros e revistas, e é também artista e tradutora. Organizou um livro sobre a utopia na América Latina com Kim Beauchesne, de 2011.

FONTE: Diário do Pará



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