terça-feira, 29 de janeiro de 2013

TUDO SOBRE 'OS MISERÁVEIS' FILME QUE ESTREIA NESTA SEXTA NO ESTADO

Os Miseráveis

Os Miseráveis: musical embalado por grandes atuações

Indicado a oito Oscar, longa chega sexta-feira ao Espírito Santo


Escrito em cinco volumes pelo francês Victor Hugo na segunda metade do século XIX, o romance “Os Miseráveis” se transformou em um musical de sucesso que se mantém em cartaz há mais de 30 anos. Mesmo que outras obras já tenham feito boas adaptações não musicais do texto, é quase impossível não associá-lo à peça.  Indicado a oito Oscar e magistralmente dirigido por Tom Hooper (“O Discurso do Rei”), “Os Miseráveis” estreia sexta-feira nos cinemas do Estado e reforça a associação.
Fiel ao material original, o filme conta a trajetória de Jean Valjean (Hugh Jackman), um sujeito que é libertado após cumprir 19 anos de trabalho forçado por ter roubado um pão para alimentar o sobrinho, mas encontra dificuldades de se reinserir na sociedade, que sempre o verá como um criminoso. Valjean então foge de sua condicional e vai para o Sul da França, onde se reinventa como um bem-sucedido empresário. Tudo vai bem até que seu caminho se cruza novamente com o do inspetor Javert (Russell Crowe), o ex-guarda que o aprisionava.

O texto ganha contornos mais dramáticos com a história de Fantine (Anne Hathaway), uma mulher que se esforça para sustentar a filha após ser abandonada pelo pai da criança; pequenos alívios cômicos com as aparições da dupla Sacha Baron Cohen e Helena Bonham Carter; e um amor proibido em meio à revolução com o arco final de Cosette (Amanda Seyfried) e Marius (Eddie Redmayne).

Com praticamente todos os diálogos transformados em canções, “Os Miseráveis” pode incomodar no início. Quando o espectador se acostuma com o recurso, no entanto, o filme se transforma em uma verdadeira montanha-russa de emoções embalada pelas excelentes atuações de Jackman e Hathaway (vencedora do Globo de Ouro, do SAG e favorita ao Oscar de Atriz Coadjuvante). 

A arriscada opção de Hooper por gravar as músicas durante as cenas – ao invés de fazê-lo em estúdio na pós-produção (a maneira habitual) – garante emoção a seu trabalho. Excelentes cantores, Jackman e Hathaway desafinam nos momentos certos, seja pela voz embargada de lágrimas, seja pela carga dramática da cena.
Os únicos problemas do filme estão na edição (alguns momentos se extendem demais) e aspecto “limpo” do arco da revolução, no qual, apesar da violência, quase não há sangue. Apesar disso, os excelentes figurinos, fotografia e efeitos visuais ajudam na recriação da França das memórias de Victor Hugo. O espectador que superar a preguiça de ver um musical de duas horas e meia no cinema com certeza não vai se arrepender.

Assista ao trailer de "Os Miseráveis":


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