Este blog tem o objetivo de deixar a galera, que curte as diversas manifestações de arte, “antenada” com o que rola no mundo do cinema, música, teatro, literatura e afins. A partir de resenhas, críticas, artigos bem “sacados” e muitas dicas, levamos a todos que fazem parte dessa grande “panela cultural” um pouquinho do nosso ponto de vista sobre tudo o que acontece em nossa amada comunidade, no Brasil e no mundo. Nós temos um prazer enorme em receber a visita de vocês aqui. Deleitem-se!
The Killers
encerra primeira noite do Lollapalooza com show grandioso para público de 52
mil pessoas. Grupo enfileirou hits no Jockey Club como 'Human' e 'Somebody told
me'
Atração mais esperada do primeiro dia de Lollapalooza, a
banda The Killers encerrou a noite desta sexta-feira (29) com um show lotado de
hits, público empolgado e muita lama. Ao som de Mr. Brightside, o grupo liderado pelo vocalista Brandon Flowers subiu ao palco e foi
brindado pela receptividade da plateia, que cantou a letra do começo ao fim.
"Boa
noite, São Paulo. Nós somos The Killers e essa noite somos de vocês",
disse o cobiçado cantor, em português, arrancando gritos histéricos das
mulheres presentes no evento que acontece no Jockey Club de São Paulo. Em sua terceira passagem pelo Brasil, o grupo
norte-americano mesclou o repertório da apresentação com canções de
seus quatro disco de estúdio: Hot Fuss (2004), Sam's Town
(2006), Day & Age (2008) e Battle Born (2012).
"É
sexta-feira à noite e estamos juntos no Lollapalooza. Vocês trouxeram seus
sapatos de dança?", disse o vocalista antes de introduzir From Here on
Out.
O ponto alto do show ficou por conta
das conhecidas Somebody Told Me, que deixou os fãs enlouquecidos, a
romântica A Dustland Fairytale e All
These Things That I've Done, acompanhada
em uníssono pela plateia.
Nem mesmo a
chuva que castigou o público conseguiu desandar a apresentação do The Killers,
que mais uma vez provou ter a receita exata para grandes shows: palmas
ritmadas, fogos de artifício, muitos coros, refrões simples, e uma atuação sempre cuidadosa liderada pelo
frontman
galã.
"Obrigado.
Essa é a última canção e vamos tocar o mais forte possível", afirmou
Flowers, antes de encerrar o show com o hit When You Were Young, que
mais uma vez fez o público cantar e dançar como se não houvesse amanhã. Após
aproximadamente 90 minutos de duração,
a banda mostrou que sabe mesmo fazer um apresentação para grandes multidões ao
melhor estilo 'rock de arena'.
Confira, na
íntegra, o show do The Killers no Lollapalooza 2013:
“O LIVRO DOS POEMAS”
é o título do livro que o escritor e professor Anaximandro Amorim lançará no próximo
dia 18
"O Livro dos Poemas" (Editora AGBook, 2013, 82
páginas) é o quinto livro da carreira de Anaximandro Amorim e o segundo de
poesias. Trata-se de um apanhado de poemas, desde 1995 até 2012, num período de
quase vinte anos de carreira literária (de quando o autor se lançou, aos 15
anos de idade, até os dias de hoje). A obra é dividida em quatro partes:
"O Livro das Descobertas", com alguns dos poemas da adolescência e
juventude; "O Livro das Trinas e Haicais", que traz poemas nos quais
impera a concisão (como haicais, trinas, poetrix); "O Livro
Proibido", com poemas mais sensuais; e "O Livro dos Sonetos", em
que o autor abusa da estética das duas quadras e dois tercetos.
A obra será lançada no dia 18 de abril, quinta-feira, às
19h, no" Café com Letras", do Shopping Norte Sul. O lançamento será
um verdadeiro sarau, com muita música e declamação de poesia (presença
confirmada da "Confraria dos Bardos", grupo poético-performático que
declamará alguns poemas do livro). Entrada franca.
ANAXIMANDRO AMORIM
Anaximandro Amorim, 34 anos, capixaba, advogado, professor
e escritor. Tem cinco livros lançados independentemente (e relançados pela
editora AGBook/ Clube de Autores), sendo dois romances, dois de poesia e uma
autobiografia. Faz parte de várias instituições culturais do Espírito Santo,
como a Academia Espírito-Santense de Letras, a Academia de Letras Humberto de
Campos (Vila Velha/ES) e o Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo.
Possui um site com suas obras, biografia completa, além de outras informações:
www.anaximandroamorim.com.br.
SERVIÇO
Data:
18 de abril de 2013 (quinta-feira), a partir das 19h.
Local:
Praça central do Shopping Norte Sul (térreo), Jardim Camburi (Av. José Maria
Vivacqua Santos, nº 400).
Valor:
R$ 20,00 (no evento; após o lançamento, R$ 30,00, nas livrarias). O livro
também se encontra em pré-venda pelos sites www.anaximandroamorim.com.br ou
www.agbook.com.br.
2ª
edição do Café com Letras: seu encontro semanal com a Literatura
No Shopping Norte Sul, em Jardim Camburi,
Vitória-ES, o empresário Leonardo Picinati arrumou uma maneira de aproveitar
ainda mais os espaços. É o projeto Café com Letras.
Você
é o convidado! Todas as quintas, às 19h, no Shopping Norte Sul, haverá um
grande encontro com algum escritor capixaba. Confira a programação. Não perca!
Cronograma
ABRIL
2013
04/04 - Encontro com o escritor Fabio Freire – 19h
às 22h. 11/04 - Encontro com o escritor Franklin dos Santos
Moura – 19h às 22h. 18/04 - Encontro com o escritor Anaximandro Amorim,
Acad. Espírito-Santense de Letras – 19h às 22h. 25/04 - Encontro com o escritor Leonardo Ferreira –
19h às 22h.
MAIO 2013
02/05
- Encontro com o escritor Ricardo Salvalaio – 19h às 22h. 09/05 - Encontro com a escritora Sonia Pimentel –
19h às 22h. 16/05 - Encontro com a escritora Neida Lúcia – 19h
às 22h. 23/05 - Encontro com o escritor Jô Drummond, da
Academia Espírito Santense de Letras – 19h às 22h. 30/05 - Encontro com a escritora Maria Rita Sales –
19h às 22h.
JUNHO
2013 06/06 – Você
escritor que tem interesse em fazer parte do Café com Letras, Seja Bem-vindo e
anote os passos que precisa seguir: Entregar na ADM do Shopping, terceiro piso,
de segunda a sexta-feira, das 10 às 17horas: 2 (dois) exemplares do(s) livro(s)
que pretende trabalhar no encontro. A sinopse do(s) livro(s). Apresentação e
foto do escritor, com qualidade para impressão.
Guitarrista de muito feeling, Angus Young completa
58 anos e está entre os 100 melhores guitarristas de todos os tempos
Angus Young (31 de Março de 1955, em Glasgow,
Escócia)
é um guitarrista,
músico e um dos fundadores da banda de Hard Rock, AC/DC. Apesar
de ser escocês,
é naturalizado australiano, possuindo dupla nacionalidade. No ano de 2003, foi introduzido
juntamente com Malcolm Young, Brian Johnson
e outros membros do AC/DC no Hall da Fama do Rock n'Roll. É conhecido
no mundo inteiro por sua performance nos palcos durante shows, seu tradicional
uniforme escolar, que acabou virando símbolo da banda e por realizar a popular
'Duckwalk', dança inventada pela lenda músical, Chuck Berry.
No ano de 2003, esteve presente na lista dos 100 melhores guitarristas de todos
os tempos, ficando na 96º colocação. Um ano mais tarde, foi considerado o 24º
melhor guitarrista de todos os tempos pela revista norte-americana Rolling Stone.
Sua guitarra elétrica predileta é a Gibson SG
que conseguiu na Austrália e usa há mais de 30 anos de carreiras. Um dos
maiores guitarristas da história do Rock 'n Roll e considerado pela grande
maioria o maior riffer de todos os tempos. É autor de célebres riffs de guitarra, como Back in Black, Highway to Hell, Riff Raff,
Black Ice,
Let There Be Rock, Hells Bells,
Rock 'N Roll Train, Thunderstruck,
Shoot to
Thrill, e entre outros.
Biografia
Angus Young nasceu em
Cranhill, Glasgow. É o mais novo de uma família de sete irmãos, filho de
William (1911-1985) e Margaret Young (1913-1988), sempre foi
apaixonado pela música, principalmente pelo rock n'roll, ainda mais quando seus
irmãos mais velhos Malcolm e George Young pensavam em formar bandas. Com
isso, Angus começou a tocar violão quando tinha apenas 7 anos de idade. Aos 15
anos de idade, decidiu abandonar os estudos. Em 1963, aos 8 anos, se mudou
com sua família para viver na cidade de Sydney, uma das
mais populosas da Austrália. Seu vizinho tinha um violão e Angus costumava tocar
sempre que o visitava. Seu primeiro violão,
no entanto, foi um banjo
que pertencia à sua família, em que ele mudou a afinação. Depois, passou para a
guitarra, quando ganhou uma Gibson SG. Segundo pessoas que conviviam com o
músico, ele era tão viciado no instrumento que por onde ia, era acompanhado
dele. Antes de formar o AC/DC com seu irmão, Malcolm Young, Angus tocou num
grupo chamado Kantuckee, e que a banda tinha como formação o Bob McGlynn
(Vocal), Jon Stevens (Baixo) e o próprio na guitarra, mas acabou fazendo pouco
sucesso e sem futuro. Foi a primeira banda a gravar uma fita demo para Stevie
Wrights, classicamente conhecido como "Evie", num pedido de George
Young. A banda cresceu e mudou o nome para Tantrum, com outro vocal, Mark
Sneddon.
AC/DC
Após tocar com a banda por
um tempo, Angus desenvolveu a imagem de Schoolboy (Garoto da escola). Antes de
ter a imagem de Schoolboy, Angus tentou outras imagens como Spider-Man, Zorro,
Gorilla e uma paródia do Super Man, nomeado de Super-Ang. A imagem de Schoolboy
veio a ser uma marca registrada de Angus Young. O uniforme original foi
retirado de sua escola secundária, Ashfield Boys High School, em Sydney. Há rumores de
que ele não tinha tempo de trocar sua roupa antes de ir para os shows. Sua irmã
Margaret sugeriu que ele vestisse o uniforme da escola, após Malcolm ter dito
que cada membro da banda teria que ter uma vestimenta. Isso pode parecer
irônico mas Angus não gostava muito de ir a escola. Eventos Recentes
Angus prefere manter sua
vida privada fora da mídia. Atualmente mora em Sydney, Austrália, e também tem
uma residência em Aalten, Holanda (por ele ter uma casa na Holanda, ele está
numa lista das 500 pessoas mais ricas desse país). É fato também que se casou
com sua esposa Ellen em 1980 pouco depois da morte de Bon Scott.
Em 24 de Agosto de 2006,
Angus recebeu "Kerrang! Magazine's Legend Award", do editor Paul
Brannigan. Paul Brannigan considerou AC/DC como uma das bandas mais importantes
da história do Rock. E Angus Young também já foi coroado como maior ícone do
rock por uma revista inglesa.
Abaixo, confira, na íntegra, 3 grandes shows do
AC/DC:
Anaximandro Amorim (1978) é escritor, advogado, bacharel em Direito pela Universidade Federal do
Espírito Santo (UFES) e pós-graduado em Direito pela Escola da
Magistratura do Trabalho da 17ª Região (EMATRA - 17ª Região). Membro da
Associação dos Professores de Francês do Estado do Espírito Santo
(APFES), do Conselho Estadual de Cultura, da Academia Espírito-Santense
de Letras e da Academia de Letras Humberto de Campos, de Vila Velha/ES.
Confira, na íntegra, a entrevista do autor para o programa "UM DEDO DE PROSA":
Gosta
de Literatura? Venha ao encontro e conheça pessoas com o mesmo
interesse: a escrita e a leitura
O encontro funciona da seguinte maneira:
cada escritor levará o texto a ser exposto aos demais e com cópias, que serão
distribuídas, para tornar a leitura mais fácil. Cada autor é livre para falar
sobre suas influências e o processo de criação de seu texto, e cada texto lido
é seguido com comentários do autor e dos outros membros do grupo. Desta forma,
os encontros possuem caráter bem “dinâmico” e livre.
Os encontros acontecem sempre no último
domingo do mês e, provisoriamente, no Campus da UFES.
CONFRARIA DOS BARDOS
A “Confraria dos Bardos” é
um grupo de Vitória, capital do Espírito Santo, que tem como intuito reunir
escritores de literatura, divulgar e tornar acessível a obra, a imagem e o
evento do artista literato – ser mais um suplemento de apoio a esta cultura.
Quase três anos se passaram desde que Eric Clapton
lançou seu último álbum. Nesta semana, o ‘slowhand’ voltou. Desde que assumiu
que seguiria em carreira solo, em 1970, Clapton nunca esperou mais de cinco
anos para jogar um trabalho seu no circuito
Divulgado oficialmente no último dia 12, o
novo álbum solo do guitarrista chegou aos ouvidos de seu público sem muito
alarde. Em “Old Sock”, Clapton procurou selecionar faixas que significassem
algo para ele mesmo. Escolhido a dedo, o repertório desfila músicas que o
influenciaram por toda a vida, passando por gêneros dos quais ele, em algum
momento, já usufruiu – do reggae ao soul, do rock ao blues.
Além das duas inéditas (“Every Little
Thing” e “Gotta Get Over”), Clapton mistura em “Old Sock” obras de Gary Moore,
Taj Mahal, Gershwin, Otis Redding e Peter Tosh. Para os mais fanáticos, haverá
também uma edição de luxo, limitada em mil cópias, com uma faixa extra (“No
Sympathy”) e outros mimos para colecionadores – um livreto com fotos, letras e
um cartão USB com os arquivos das gravações em alta qualidade.
O tom de ‘encontro entre amigos’,
personalista, fica ainda mais evidente quando se lista os convidados especiais
para a gravação: JJ Cale, parceiro no disco “The Road to Escondido” e quem um
dia lhe rendeu seu hit Cocaine; Steven Winwood, organista e colega na
sessentista Blind Faith; e Paul McCartney, fazendo o baixo bem marcado e a
segunda voz no standard “All of Me”.
Acima de tudo isso, o disco coincide com
outro marco da carreira do guitar-hero: os seus 50 anos de estrada, que serão
comemorados com o início de uma turnê mundial. Haverá shows por várias cidades
nos Estados Unidos, incluindo aí o Crossroads Guitar Festival, em Nova York, do qual
também devem participar BB King e Buddy Guy, por exemplo.
Depois disso, segue para a Europa e toca
na Alemanha, Polônia, Irlanda e Áustria, entre outros. Faz ainda uma série de
apresentações no Royal Albert Hall, em Londres, onde apareceu pela primeira vez
na década de 1960, com os Yardbirds. Dessa vez, porém, ele desabafa: turnês
mundiais já não fazem mais parte de seus planos.
Apesar de não ser um homem de entrevistas,
Eric Clapton abriu o jogo para a edição norte-americana da revista Rolling
Stone e revelou estar exausto. O cansaço, ele explica, tem mais a ver com as
burocracias envolvidas em uma grande turnê. As longas viagens, os trâmites de
imigração e as incontáveis revistas nos aeroportos são queixas comuns de
artistas que acumulam décadas de carreira e, somadas aos 67 anos de idade do
‘slowhand’, não chegam a surpreender.
Seria leviano dizer que o ato de jogar a
toalha a essa altura do campeonato o tornaria menos deus. Ao longo dos anos,
Clapton comeu o pão que o diabo amassou e sofreu vários baques na carreira. Em
1971, o guitarrista Duane Allman, que junto com ele e com o Derek and The
Dominos gravou o disco Layla and Other Assorted Love Songs, morreu em um
acidente.
Dois anos depois, afundado nas drogas,
Clapton ganhou uma força de Pete Townshend, do Who, que promoveu um show, o “Rainbow
Concert”, como forma de estimular o bluesman a se livrar do vício da heroína.
Na década de 1990, amargou a morte do guitarrista texano Stevie Ray Vaughan,
seu companheiro de turnê, em um trágico acidente de helicóptero.
E nem um ano depois sofreu talvez a maior
de suas perdas: seu filho, de apenas quatro anos, morreu ao cair da janela do
apartamento. Eric Clapton, no entanto, seguiu em frente: em 1994, lançou o
histórico e venenoso “From the Cradle”, com releituras de clássicos de Willie
Dixon, Lowell Fulson e outros blues.
“Old Sock” é o vigésimo primeiro álbum
solo de uma carreira que deve muito à década de 1960. Influenciado pelo blues
eletrificado de Chicago, Clapton teve destaque com os Yardbirds no início da
estrada. Em 1965, ficou com John Mayall e a BluesBreakers durante um curto
tempo, mas o suficiente para participar de um dos mais emblemáticos álbuns do
blues britânico.
Dali em diante, formou com Jack Bruce e
Ginger Baker o Cream, trio que desconstruiu o rock n’ roll em várias frentes e
lançou quatro álbuns aclamados até hoje. Ao lado de ninguém menos que John
Lennon, Keith Richards e Mitch Mitchell, Clapton também fez a sua parte com o
Dirty Mac, em uma histórica apresentação no picadeiro dos Rolling Stones, o
Rock and Roll Circus.
O currículo do guitarrista, em outras
palavras, é um sem fim de álbuns, bandas e parcerias, que podem ir desde o
ex-beatle George Harrison – e sua mulher Pattie Boyd, que Clapton conquistaria,
em traição ao amigo – a novas e velhas figuras do blues, como Gary Clark Jr. ou
BB King. Em 2001, em uma das vezes em que veio ao
Brasil, o anúncio parecia irreversível: Eric Clapton faria a sua última turnê
mundial, com ênfase na palavra derradeira. Dez anos depois, porém, a boa nova
chegou e o britânico voltou a pisar por aqui.
Na época, a “surpresa” de seu retorno foi
bem recebida (assim como aconteceu com BB King por duas ou três vezes) e provou
novamente que sua carreira continuava um sucesso. Agora, com 68 anos, o
guitarrista disse, em entrevista à Rolling Stone que abandonará as turnês
quando completar 70. Até lá, quem sabe ele não muda de ideia. A música e os fãs
agradecem.
Fonte:
Jornal da Tarde/ Acervo pessoal
Abaixo, confira, uma canção de "Old Sock" e 2 grandes shows do mestre:
Hoje, 30 de março, Eric Clapton completa 68 anos. Como homenagem, o Outros 300
versa sobre sua ótima autobiografia, que foi lançada em 2007. O livro é
um relato vivo de um dos maiores guitarristas de todos os tempos
Nos
idos de 1960, quando as pichações de Londres anunciavam "Clapton é
Deus", o brilhante guitarrista inglês, na verdade, estava vivendo no
inferno. Eric Clapton trocou o vício em heroína pelo álcool, passou por
relacionamentos afetivos desastrosos e pensou em suicídio segurando uma
garrafa de vodka em uma mão e um revólver na outra.
A divindade
da guitarra há muito tempo se entregou a uma força superior. Aos 62
anos, Clapton está sóbrio há 20, é feliz no casamento e tem três filhas.
Este é, sem dúvida, um ótimo momento para refletir sobre uma vida
extraordinária, e é exatamente isso que faz o músico do hall da fama do
rock em "Eric Clapton: Autobiografia", que foi lançada no Brasil pela
editora Planeta.
Ao contrário de trabalhos desse tipo realizados
por diversas estrelas do rock, este não inclui lendas Zeppelianas de
tietes taradas ou textos encomendados de autores anônimos contando
histórias musicais e pessoais. Clapton apresenta uma visão
inexoravelmente sincera e crítica sobre sua vida, narrando a proximidade
da morte e a recuperação, intercaladas com histórias de uma carreira
musical inigualável.
Clapton, bebendo uma garrafa de água em uma
sala da Rádio Pública Nacional antes de participar de um programa da
rádio, contou que fugiu intencionalmente daquele tipo mais comum de
autobiografia de celebridades.
"Para seguir aquele molde, nem
saberia por onde começar", explica Clapton. "Nem sei o que aquilo
significa, pra ser bem sincero. A palavra 'celebridade' perdeu qualquer
que fosse seu real significado. Na verdade, tentei descobrir por mim
mesmo como faria esse trabalho".
Em princípio, Clapton planejava
conceder uma batelada de entrevistas sobre sua vida, deixando as tarefas
de compilação e organização do livro a cargo de um colaborador. Mas uma
leitura atenta da primeira versão fez com que o guitarrista sentisse
vontade de se envolver mais a fundo no projeto.
"Percebi que não
era o que eu queria fazer de forma nenhuma", diz Clapton. "Então
reescrevi o texto e depois pensei, 'Eu mesmo vou escrever tudo'".
Robert Johnson
A
inspiração de Clapton nas cordas, Robert Johnson, cantava sobre um cão
monstruoso e demoníaco que surgiu em seu caminho ("Hellhound on my
trail"). No caso de Clapton, havia uma matilha inteira o perseguindo,
até que uma segunda passagem pela reabilitação mudou sua vida em 1987.
Johnson morreu aos 27 anos, e houve um período em que Clapton teve
certeza de que sua própria vida não duraria muito mais do que isso.
"Eu
acreditava naquela idéia quando era jovem e tentava me identificar com
esses caras", Clapton diz se referindo a Johnson e outras lendas do
blues. "É o tipo de fantasia incorporada que se agrega ao vício, uma
forma de justificar a necessidade que eu tinha de ficar chapado. Algo do
tipo: 'É isso que os meus heróis faziam'".
Apesar de tudo,
Clapton criou um legado musical indelével, passando por diversos gêneros
e, ao mesmo tempo, inspirando gerações. Os títulos dos capítulos da
autobiografia servem como um roteiro da vida do músico: "The Yardbirds",
"Cream", "Blind Faith", "Derek and the Dominos".
Clapton,
desde o início da carreira com os Bluesbreakers, de John Mayall,
rapidamente assumiu uma posição de total entrosamento no universo da
música. Saía com os Beatles e os Rolling Stones, participava de jams com
Muddy Waters e Duane Allman, influenciou Stevie Ray Vaughan, Derek
Trucks e milhares de outros guitarristas.
Ele confessa, sem constrangimento, que não consegue se lembrar de tudo o que aconteceu.
"Minha
memória dos acontecimentos do final da década de 60 até o início da
década de 80 é bastante fragmentada", conta Clapton. "Escrevi aquilo que
consegui me lembrar e precisei de colaborações também".
Mick Jagger
O
livro de Clapton não é totalmente desprovido daquelas histórias
adoradas pelos tablóides. Ele se recorda de como Mick Jagger roubou sua
namorada, uma modelo italiana, provocando delírios homicidas em Clapton
ao final dos anos 80.
"Eu fiquei mentalmente perturbado",
recorda-se Clapton. "Queria matá-lo. Passei um bom tempo tramando
maneiras de destruí-lo ou simplesmente fazê-lo desaparecer. Foi aquele
tipo de fantasia insana, típica de um alcoólatra em recuperação".
Ele
também mergulhou no relacionamento com Pattie Boyd, que se uniu a
Clapton depois de sua separação do beatle George Harrison. O
relacionamento entre os dois, que viria a ter um triste fim, fez de
Pattie a musa inspiradora de algumas das canções mais famosas de
Clapton, como "Layla" e "Wonderful Tonight", antes de o romantismo se
transformar em amargura.
Clapton contou sobre uma ida recente, em
um domingo de manhã, ao mercado perto de sua casa. Na banca, viu que os
jornais ingleses haviam publicado trechos da recém lançada
autobiografia de Pattie, "Wonderful Tonight". Ao pegar o jornal, foi
impossível ignorar a manchete da primeira página: "O ALCOOLISMO DE ERIC
CLAPTON DESTRUIU MEU CASAMENTO".
"O editor da manchete optou por
me castigar com tudo", diz Clapton com uma polidez tipicamente
britânica. "Estou no mercadinho do bairro e fico pensando, 'Será que os
vizinhos estão me vendo ler isto?'".
Clapton recebeu seu
convidado sozinho, sem aquela tropa de secretárias ou assessores de
imprensa. Usa óculos e sua audição começa a ficar prejudicada. Os
cabelos estão cortados bem curtos e a barba é rala. Vestindo camiseta e
calça jeans, Clapton é despretensioso e acessível. Ora pensando,
contemplativo, ora dando risada.
Para escrever o livro, ele
consultou os diários que escrevia durante os anos 80. Os pensamentos,
encaixotados no sótão durante anos, reavivaram memórias dolorosas.
Clapton se lembrou que escrevia os diários com a caneta em uma mão e a
bebida na outra.
"Eu tinha delírios de grandeza", diz ele com uma
risada de autocensura. "Eu pensava que tinha algo de importante a
dizer. É disso que a bebida era capaz: ela me dava uma idéia distorcida e
iludida de que eu era super importante".
"Depois que eu me
calibrava com a minha dose diária de álcool, ficava fácil dedicar
algumas horas para escrever pensamentos ruins. Hoje em dia, acho que não
ocuparia meu tempo com isso".
Tempo ocupado
Hoje
em dia, na verdade, o tempo dele já está ocupado. Além da dedicação à
família, Clapton continua trabalhando ativamente em prol do centro de
tratamento de dependentes Crossroads, que fundou há quase uma década em
Antigua. Há alguns meses, um enorme show foi organizado para arrecadação
de fundos para o centro. E, embora pense em parar de se apresentar,
Clapton não planeja se aposentar.
"Não posso parar com as turnês.
E não vou", diz ele enfaticamente. "Acredito que eu tenho uma
responsabilidade de tocar para as pessoas".
Com o passar dos
anos, Clapton viu diversos amigos e colegas morrerem, de Jimi Hendrix a
George Harrison, de Duane Allman a Bob Marley, de Stevie Ray Vaughan a
Muddy Waters. Perguntado sobre como conseguiu sobreviver, Clapton já
tinha uma resposta na manga.
"Sempre supus que, na verdade, foi
porque até hoje não consegui alcançar a organização e a eficiência
ideais", responde ele, gargalhando. "Talvez seja melhor não aperfeiçoar
demais, porque daí sim será o momento de parar".
"Fico feliz que tenha acontecido assim. Ainda não acho que cheguei ao máximo. Ainda estou aprimorando minha música".
O que? Eric Clapton ainda está acertando os acordes?
"É", responde ele, cuja risada tomava conta da sala. "Ainda estou em busca do som perfeito".
Andra
Valladares reside na cidade de Vila Velha/ES, exerce a profissão de advogada e
atua no cenário cultural como cantora/compositora e poeta/escritora. Publicou
poemas e textos em aproximadamente 30 antologias literárias. Em janeiro desse
ano, lançou o CD "Andra Valladares", seu primeiro trabalho musical
autoral. A obra tem patrocínio da Lei Vila Velha Cultura e Arte e Prefeitura
Municipal de Vila Velha. Andra também é integrante do grupo lítero-musical
"Vozes da Vila". Membro e atual presidente da Academia de Letras
Humberto de Campos (Vila Velha/ES). Confira, abaixo, a crônica “Ócio criativo:
ÓCIO CRIATIVO
"Casas entre bananeiras
mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar.
Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.
Devagar... as janelas olham.
Eta vida besta, meu Deus."
(Cidadezinha Qualquer - C.
Drummond de Andrade)
O artista não precisa apenas de "inspiração e
transpiração" para criar, também é de vital importância um tempo para o
ócio, o sossego.
A mente descansada entra numa vibração diferente e torna-se um
ambiente fértil para a criatividade, as ideias fluem como água de nascente:
límpidas, frescas e serenas...
Às vezes o sono não é suficiente para relaxar, o stress começa
cedo, com o toque do despertador. Nesses momentos, o paraíso seria arrumar as
malas e seguir para um lugar afastado, bem no meio do mato.
Ao invés do odor de "dióxido de carbono", o aroma das
flores, do capim e da terra molhada... No lugar do pó de minério, a poeira da
estrada... O som dos passarinhos e insetos substituindo o monótono ruído dos
automóveis com suas buzinas irritantes.
Simplesmente... Beber água fresca direto da bica, andar de pé no
chão, respirar fundo e sentir o verde invadindo os pulmões. Sentar debaixo de
uma árvore no final da tarde e ficar cismando ao som dos grilos, tendo como
única preocupação as matizes de cores do ocaso...
Assistir o espetáculo da neblina descendo a montanha e invadindo a
casa, como já presenciei certa vez. Essa imagem ainda é vívida em minha memória
como um dos mais belos registros que meus sentidos já captaram, apesar de ter
ocorrido há vinte anos.
Na hora do lanche, o café da roça, torrado na hora, acompanhado de
um bolo simples ou mandioca cozida bem quentinha. À noite, curtir o friozinho e
a paz num passeio para apreciar o luzir dos pirilampos na mata, com os ouvidos
atentos aos inúmeros sons emitidos pelos animais e insetos noturnos.
Acender uma fogueira e reunir a família para contarcausos,
apreciar a empolgação das crianças com o crepitar do fogo, assar batata na
brasa, tomar chá de capim cidreira colhido no quintal, para finamente dormir o
sono dos justos e deixar o inconsciente processar através dos sonhos toda a
riqueza de momentos vivenciados plenamente e eternizados no tempo...
Como me faz falta essa vivência e o contato com a natureza com sua
abundância de imagens, sons, cheiros, sabores, texturas... Sem isso me sinto
pobre, exaurida, oprimida e com vontade de “sumir do mapa”!
Privilegiado é quem pode fugir da cidade nos feriados e finais de
semana para conectar-se com essa rica simplicidade, permitindo-se vivenciar o
poema de Drummond e deixar a vida prosseguir devagar...
Enquanto aguardo tão precioso momento, permito-me ouvir no ecoar
das batidas do coração aquela canção: “Eu quero uma casa no campo, do
tamanho ideal, pau-a-pique e sapê... Onde possa plantar meus amigos, meus
discos, meus livros e nada mais...”