quarta-feira, 3 de abril de 2013

DISCOGRAFIA EM TRÂNSITO - LOLLAPALOOZA

Nem ligo para os comentários que tenho lido de que lá tinha cheiro de coco de cavalo, que tinha muita lama e blá blá blá. Os festivais avós desse foram criados na lama, sem roupa e sem mimimi. E oras bolas, Jockey Club tem cavalo e onde tem cavalo tem esterco. E se não gostou, não volte mais, pois quero que sobre ingresso pra mim
 
Irei me ater a comentários breves sobre as bandas e suas performances dos palcos Butantã e Jardins apenas, já que foram os que todos tivemos mais acesso pelas transmissões do Multishow.
 
OF MONSTERS AND MEN

De cara, uma banda que eu não conhecia e que também não faz meu estilo. Mais um motivo para acompanhar com calma o show deles. Achei diferente, um sonzinho gostoso. Curti a bateria de lado, o vocalista estilo gordinho do “Se Beber não Case” na versão boa praça e bom vocalista, também da outra vocalista que se entregou totalmente ao final do show se jogando ao público e, claro, a trompetista da banda. Sim, a trompetista com A. Gostoso pra ouvir no trabalho, música de fundo, mas curti.

THE TEMPER TRAP

Também longe de ser minha praia, mas também gostei, conseguiu me cativar, vocalista que parece aqueles caras que sempre acabam apanhando da polícia ao tentar atravessar a fronteira do México com os Estados Unidos, sabe? Mas sem bullying aqui, o cara é um baita cantor. Banda redonda, doce e interessante. Ouvirei mais.

CAKE

Antes mesmo de postar em meu facebook “Curto bandas que se divertem no palco” eu já tinha esse texto pronto. Sou suspeito para falar do Cake, acho diferenciado, inusitado. Não se iluda com o violão tosco de John McCrea achando que é uma bandinha amadora. O que mais curto no Cake é justamente não querer mostrar o quanto são bons. Acho as linhas de baixo de Gabe Nelson super criativas e o que dizer do monstrinho Greg Brown e suas diversas possibilidades instrumentais? Simples, eles jogam tudo isso de lado e querem te fazer feliz de forma simples. Tanto que o violão de McCrea foi pro espaço uma hora e ele numa educação super tocante pediu ao público: “posso pedir humildemente para vocês não fazerem nenhum barulho para ver se consigo afinar a viola?”. Ficou um silêncio tão grande que até os cavalos voltaram a dormir tranqüilamente. Mandaram bem mais uma vez.

THE FLAMING LIPS

Essa vai doer. Me lembro quando os Lips apareceram e eu achei muito doido e curti a piração, mas ainda era música. Na boa, que foi aquilo? Antes, mas bem antes mesmo do show deles, Wayne Coyne já estava no palco se exibindo para as câmeras do Multishow, se mostrando como um doido a ponto da Didi (repórter) ir lá bater um papo com o cara. Ele foi um show de simpatia e tal, mostrou as unhas coloridas só para o show etc, etc, e aí pensei: Vai bombar! Bombou sim, bombou o saco de ficar ouvindo ruídos, e um cara estático com luzes de natal no corpo segurando um bebê de borracha e ahhhhh....que saco! O pior.

DEADMAU5

Não tem um cantor, não tem guitarra, bateria, baixo, teclado? Então, não adianta colocar orelha de Mickey e tocar uns roquinhos que não me convence. Pulei.

THE KILLERS

Tenho uma birrazinha mal resolvida com essa banda e estava disposto a descobrir o que de fato acontece comigo assistindo o show dos caras de coração aberto. Nem precisou. Sim, eles são meio fashion demais pro meu gosto, mas era tão nítido o tesão que eles estavam em tocar e o público correspondeu tão bem, que me vi balançando a cabeça e dizendo “ooooolha que maneiro a galera!!!”. Na minha opinião, o melhor e mais contagiante show do festival. E nem precisavam de tantos recursos visuais.

TOMAHAWK

Não conheço ninguém que viveu a música dos anos 90 que não ficaria atento ao que Mike Patton possa estar fazendo no palco. Tomahawk é muito doido! Acho o que é o som mais parecido com o que ele faz no Faith no More, ao menos na parte vocal e de longe o melhor português dos gringos que já vi, Ele deve ter uma choupana por aqui e ninguém sabe. Os efeitos toscos e doidos que ele usa as vezes são meio over, mas que se dane! É o Mike Patton do FNM!!!!!

TWO DOOR CINEMA CLUB

Gostei, principalmente do estilo irlandês e de não ter essas frescurites de não beber em público. Se bem que se eu estivesse lá recomendaria a eles não beberem tantas Heineken´s com aquele sol de rachar. Devia estar um horror aquilo. Não deu 5 minutos de show e Alex Trimble já estava um camarão VG! Mas gostei muito da banda no geral e acho que eles deviam de vez adotar o batera (eles não tem baterista fixo) que além de ser monstro tem um estilo bem diferente e é a cara deles. Só achei um pouco repetitivo e acho que uns 3 shows seguidos deles já os abandonaria. Mas são novos e vou acompanhar por novidades.

FRANZ FERDINAND

Sou muito suspeito, então não vou jogar muito confete pra não dar na cara. Pra mim, foi a apresentação mais forte e feliz deles. Digo feliz, pois de fato os caras estavam em êxtase no palco, tocando com muito tesão e alegria. Um dos melhores disparados.

QUEENS OF THE STONE AGE

É o seguinte: aqui é rock and roll, bebê! Sempre muito fortes no palco, sempre uma porrada com qualidade sonora. Um grande show, um show brutamontes tanto quanto seu líder Josh Homme. TOP!

A PERFECT CIRCLE

A que mais me deu trabalho pra avaliar. Eu até iria começar a digitar coisas do tipo: “chato”, “arrastado”, “presunçoso”, “demorado”, “fui comprar pipoca”, “e ainda acabaram com ‘Imagine’, de Lennon”. Mas me contive. Resolvi dizer que achei a qualidade técnica da banda muito boa, mas que é necessário uma grande dedicação pela banda pra poder ouvir e ouvir e ouvir...

THE BLACK KEYS

Sim, eis chegada a hora do duo! Meu, um batera e um guitarrista fazendo uma sonzeira louca e com muita qualidade!? Isso eu já sabia, mas eu queria ver o que tinha a mais, o que poderia me deixar de queixo caído. Bem, tirando a criatividade absurda Patrick Carney, professor de história que toca bateria e as guitarras espetaculares de Dan Auerbach (ele não tem nenhuma mais ou menos espetacular, todas são.) essa banda tem músicas lindas, melodias curiosas e também pop. A voz suave de Dan em meio aquela bagunça deliciosa dos instrumentos dá uma sensação de que estamos cantando uma música bonita numa garagem sem tratamento acústico com uma banda punk ensaiando outra coisa ao mesmo tempo. Mas calma, não estou criticando, é que me dá essa sensação mesmo, um cantor com voz bonita com uma banda sentando pau . Isso é lindo, mas com o andar do show vai ficando comum e até chega a dar aquela cansadinha. Mas nada que uma mudança no set, uma intervenção criativa em umas passagens de música pra outra não dê um jeito. Quem faz muito isso é o Franz Ferdinand e funciona. Mas foi TOP!

PUSCIFER

Lembra daquela banda que dei uma detonada lá em cima? O Pucifer é do mesmo “dono” de A Perfec Circle, só que em projetos diferentes. Puscifer, que claro, o nome já resume um pouco, ousa mais, pega um pouco mais pesado em questões como sexo, bebidas e rock and roll, entre outras coisas. Tanto que ele leva sua adega ao palco e ali passam o show bebendo vinho (quente, pois tocaram de dia e devia estar bem maus o cabernet fervendo), porém me agradou mais a proposta da Puscifer que a Circle, vi ali uma música mais “entendível”.

Obs: Eddie Vedder entrou no palco, pediu uma taça, bebeu, todo mundo viu e nos deixou ainda mais ansiosos para poder ver o Pearl Jam, mas....

KAISER CHIEFS

Encha sua pint, aumente o volume: KAISER CHIEFS! Um dos melhores momentos do festival! Showzão como se deve ser, sem nhémnhémnhém! Segundo melhor show na minha opinião. Cheers!

THE HIVES

O que atrapalhou o Hives foi ter vindo logo depois dos Chiefs. Complicado pegar fôlego de novo. Mas disparado o show mais divertido do Lolla! Carismáticos até demais, às vezes até passando do ponto, mas foi incrível. Diversão pura! Medalha de bronze.

PLANET HEMP

Muito bacana ver esse reencontro, mas ver Marcelo D2 nos festivais nacionais é igual ao ver Arlindo Cruz na Globo. Aproveitei pra comprar cerveja e aguardar o Pearl Jam.

PEARL JAM

Vou deixar em aberto até entender o que aconteceu de em cima da hora a banda não liberar a transmissão para a tv. Não vou julgar, mas milhares de pessoas no próprio Lolla pediam para a banda voltar atrás e liberar a transmissão. Então até saber o que houve, pulo.

Que venha 2014!

(Texto de Juliano Nogueira)
 

Juliano Nogueira. Publicitário / São Paulino sarado / Baixista do Bando de Conga / Goleiro de meia tigela / Piloto frustrado / Pai da Julia e Luiza / Namorado da Lilian

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