sexta-feira, 31 de maio de 2013

OS ROCKS DO FIM DE SEMANA

Fim de semana recheado de boas atrações culturais. No cinema fim de semana de gala com estreias como de 'Faroeste Caboclo', 'Velozes e Furioso 6' e 'Se Beber Não Case 3'. Destaque também para a peça teatral 'A Casa do Assoalho Velho'. Confiram todas as atrações:


Velozes e Furiosos 6

Hoje

Velozes e Furiosos 6
Depois do bem-sucedido golpe no Rio de Janeiro, a gangue de Dominic Toretto (Vin Diesel) está espalhada pelo mundo, desfrutando de seus milhões, quando o policial Luke Hobbs (The Rock) ressurge com uma proposta: que o grupo ajude-o a derrubar um novo e ameaçador oponente (Luke Evans).

Bonitinha, mas Ordinária
Baseado na peça de Nelson Rodrigues, o filme conta a história de Edgar, que é convidado a se casar com Maria Cecília, que precisaria reaver sua honra depois de sofre um estupro coletivo.

Faroeste Caboclo
Filme narra estória de João de Santo Cristo que vem a Brasília (DF) em busca de oportunidade de emprego, mas acaba se envolvendo com Maria Lúcia, filha de um importante empresário da região. Ele acaba entrando em conflito com Jeremias, seu inimigo no tráfico de drogas e no amor de Maria Lúcia.

Se Beber Não Case 3
Alan (Zach Galifianakis) está deprimido devido à morte de seu pai. Preocupado com o cunhado, Doug (Justin Bartha) sugere que ele vá até um lugar chamado New Horizons, que pode torná-lo um novo homem. Alan apenas aceita a sugestão após Phil (Bradley Cooper) e Stu (Ed Helms) concordarem em levá-lo. É o início de uma nova viagem do trio, que acaba sendo interrompida bruscamente pelos capangas de um traficante (John Goodman). O malfeitor está atrás de Chow (Ken Jeong), que lhe aplicou um golpe milionário, e acredita que os três amigos ainda possuam contato com ele. Precisando encontrá-lo a todo custo, eles acabam indo parar no México e, mais uma vez, em Las Vegas.
 
Em Transe
Simon (James McAvoy), um leiloeiro de arte, une-se a uma quadrilha para roubar uma obra de arte no valor de milhões de dólares, mas, depois de sofrer uma pancada na cabeça durante o assalto, ele acorda para descobrir que não tem nenhuma lembrança de onde escondeu a pintura. Quando as ameaças físicas e tortura não produzem respostas, o líder da gangue (Vincent Cassel) contrata uma hipnoterapeuta (Rosario Dawson) para aprofundar os recessos mais sombrios da psique de Simon. Dirigido por Danny Boyle, de "Trainspotting", "127 horas" e "Quem Quer Ser Um Milhonário?".
Recital da Fames
Na sexta-feira acontecerá o recital de encerramento com os alunos. Todos os recitais serão aberto ao público e gratuito.
 
Exposição “Cidades Invisíveis e outras histórias”
Na UFES, Cemuni 2, Vitória-ES. Até 04/06.  
 
Show - Rony & Ricy 
22h - No Clube 100 Saída. Com Rony & Ricy

Show - Wallace e Alisson 
22h - No Villa Bohemia Club. Com Wallace e Alisson e Marcelo Lemos

Funk da House 
23h - No Royal Club. Com DJ Leandro Netto e DJ Gutto

Sexta Play Sambanejo 
22h - Na São Firmino. Com DJ Thalez Gonzales

Música ao vivo - MPB 
20h - No Bistrô Solarium. Com Túlio Pizzol

Música ao vivo - Pop 
19h - No Vila do Rancho Forte. Com Daniel Ferrantes

Ate que a Sorte nos Separe

Sábado

Projeto "Luzes e Aplausos" 
20h - No Teatro do SESI. A Casa do Assoalho Velho (ES)

Show - Romulo Aranttes 
22h - No Villa Bohemia Club. Com Romulo Aranttes e Banda Gandaia

Royal em Dobro 
23h - No Royal Club. Com DJ Phil e Mark Dias

Swingers Remember Swingers Mix 
22h - Na São Firmino. Com DJ Thales Gonzalez e convidado Phill Fernandes

Música ao vivo - MPB 
20h - No Bistrô Solarium. Com Fábio do Carmo

Em casa. Filme Até Que a Sorte Nos Separe
Tino ganha na loteria e comete um erro básico: sai gastando com a mulher, torrando todo o dinheiro em 15 anos. Endividado, ele comete o segundo erro, escondendo a situação da família e se metendo em várias confusões ao lado do melhor amigo para não revelar a nova situação financeira. No Telecine Premium e Premium HD as 22h

Domingo

Balístico Music Bar 
18h - No Balístico. Com DJ André Knup e convidados

Show - grupo 522 
13h - No Ensaio Botequim. Com grupo 522

Série Game of Thrones
Após uma pausa por conta do feriado nos Estados Unidos, a série volta com o nono episódio da temporada. Inspirado pela música "The Rains of Castamere", que relata a destruição da Casa Reyne, o episódio acompanha os planos dos Stark de alterar o curso da guerra e de Daenerys de invadir Yunkai. Na HBO as 22h

ASSISTA O CLIPE EM ANIMAÇÃO "MARIA", DE FREJAT.


Foi revelado na quarta-feira, dia 29, o clipe feito em animação para o single "Maria",  de Frejat.
O single, uma composição de Julia, filha do músico, faz uma homenagem a uma amiga e o vídeo contou com a produção Marcos Paulista.
"Maria"
(Frejat/Julia Pellegatti Frejat)


Voz e violão - Frejat
Vocais - Julia Pellegatti Frejat
Programação rítmica - Frejat e Rafael Pellegatti Frejat
Teclados, guitarra e baixo - Rafael Pellegatti Frejat



Ilustração e animação - Marcus Paulista


Confira o vídeo a seguir:


HANNIBAL. 2ª TEMPORADA É CONFIRMADA.


A NBC confirmou a segunda temporada de Hannibal, série de TV estrelada por Mads Mikkelsen sobre o famoso canibal criado pelo escritor Thomas Harris. De acordo com a emissora, serão 13 episódios nesta nova temporada. 

Hannibal traz para o mundo das séries a lenda de um dos maiores serial killers da história: Dr. Hannibal Lecter. A história começa quando Will Graham, fornecedor de perfil criminais do FBI, e que está em busca de um serial killer, entretanto, a mente do criminoso em questão ainda é muito complicada e Graham busca ajuda de um psiquiatra, Dr. Hannibal Lecter, porém Will não sabe o que o aguarda.

Hannibal vai ao ar às quintas-feiras nos EUA, na NBC. No Brasil, o canal AXN exibe a série às terças-feiras, 22h.


Quem não tem TV a cabo, pode assistir a série no Site “Armageddon”: http://www.armagedomfilmes.biz/?p=87975

quinta-feira, 30 de maio de 2013

FAMES REALIZA MAIS UMA EDIÇÃO DO 'FESTIVAL INTERNACIONAL DE PIANO'. CONFIRA.

A Faculdade de Música do Espírito Santo (Fames) promove entre os dias 03 e 07 de junho o IV Festival Internacional de Piano. A edição deste ano é uma homenagem ao compositor e pianista Ernesto Nazareth, considerado um dos grandes nomes do Tango Brasileiro, subgênero do choro, que em 2013 completaria 150 anos de nascimento. Confira na matéria completa.

Fames realiza quarta edição de Festival Internacional de Piano

O festival este ano receberá como pianistas convidados a renomada pianista brasileira, Geísa Dutra, aclamada pela crítica internacional como um dos expoentes da interpretação da música latino-americana, e Daniel Buranovský, professor doutor da Universidade de Artes de Bratislava, Eslováquia, considerado um dos grandes nomes da interpretação romântica e contemporânea.

Durante o festival, haverá masterclasses a serem realizadas na Fames, no período da manhã e da tarde, e concertos oferecidos no período noturno. Os interessados em participar do IV Festival Internacional de Piano da Fames, deverão realizar suas inscrições até o dia 29 de maio de 2013. Os primeiros 30 inscritos serão classificados como participantes. O estudante que se registrar após este limite será qualificado como ouvinte.

DivulgaçãoO festival está com uma extensa programação de concertos que serão realizados diariamente. A Sala de Concerto Alceu Camargo, na Fames, será palco de alguns desses recitais, na segunda-feira (03), o recital de abertura, será com a pianista Geísa Dutra. Na quarta-feira (05), quem se apresentará é Cleida Lourenço. Na quinta-feira (06), o concerto será de Paulo Neves. Na sexta-feira (07) acontecerá o recital de encerramento com os alunos. Todos os recitais serão aberto ao público e gratuito.

Ainda como parte do evento, acontecerá na terça-feira o concerto do pianista Daniel Buranovský, no Theatro Carlos Gomes, às 20 horas. O evento é gratuito e a retirada do ingresso deverá ser feita com uma hora de antecedência na bilheteria do teatro.
Retirado de Folha Vitória

UFES. CONFIRA A EXPOSIÇÃO “CIDADES INVISÍVEIS E OUTRAS HISTÓRIAS”



Da Da Galeria. Exposição inaugura nova galeria na UFES e reúne obras de jovens artistas.

Quando viajamos na imaginação encontramos escondidos no subconsciente uma infinidade de imagens, sons, cores... elementos que estavam lá o tempo todo, mas que precisavam ser resgatados, desenterrados, descobertos e revelados.


As cidades invisíveis”, de Ítalo Calvino, conta a descrição de Marco Pólo das cidades do reino de Kublai Khan que ele visitou em suas missões diplomáticas. E nós, inspirados em cada uma delas, fizemos cá nossos desenhos.
A exploração de Marco Pólo ao reino foi também como a exploração das nossas próprias possibilidades, dos nossos limites, para no fim nos encontramos com nossa essência criativa. Nestes desenhos tem um pouco das cidades invisíveis, mas também tem um pouco de cada um.
Muito além das cidades invisíveis, experimentamos a relação do traço, da cor, da matéria, trazendo à tona o pensamento exclusivo de cada um, provando que mesmo a partir de um único tema, todas as possibilidades existem. Provando que a arte sobrevive enquanto houver pensamento.




Dada Galeria

A DaDa Galeria é um espaço criado pelos alunos e para os alunos do Centro de Artes da UFES. Espaço expositivo e em breve espaço de eventos.

Entrevista veiculada pela Rádio Universitária dia 28/05/2013 sobre a abertura da Galeria e a exposição “Cidades Invisíveis e outras histórias”:


Serviço

Exposição “Cidades Invisíveis e outras histórias”

Onde: UFES, Cemuni 2, Vitória-ES.

Quando: até 04/06.


PROGRAMAÇÃO CINE JARDINS – 31 DE MAIO A 06 DE JUNHO DE 2013


O Cine Jardins é um cinema especializado em arte cinematográfica. Com uma programação selecionada que preza pela qualidade, o conteúdo e a diversidade, exibe as melhores produções cinematográficas realizadas ao redor do mundo, premiadas em festivais internacionais e distinguidos pelo trabalho de direção ou trajetória no circuito alternativo de cinema. Confira, abaixo, a ótima programação

- Em Transe (Trance – Reino Unido, 2013 – 103 min.)
Drama – Classificação 14 anos – Todos os dias – 21h15
Simon (James McAvoy), um leiloeiro de arte, une-se a uma quadrilha para roubar uma obra de arte no valor de milhões de dólares, mas, depois de sofrer uma pancada na cabeça durante o assalto, ele acorda para descobrir que não tem nenhuma lembrança de onde escondeu a pintura. Quando as ameaças físicas e tortura não produzem respostas, o líder da gangue (Vincent Cassel) contrata uma hipnoterapeuta (Rosario Dawson) para aprofundar os recessos mais sombrios da psique de Simon. Dirigido por Danny Boyle, de "Trainspotting", "127 horas" e "Quem Quer Ser Um Milhonário?".
Nota do jornal O Globo (crítico Rodrigo Fonseca): * * * * (Ótimo)
- Amor Profundo (The Deep Blue Sea – Reino Unido/EUA, 2011 – 100 min.) - ESTREIA
Romance/Drama – Classificação 14 anos – Todos os dias – 19h15
Hester Collyer (Rachel Weisz) é a esposa do influente juiz do Estado William Collyer (Simon Russell Beale). Seu casamento tem afeto, mas é morno. Hester envolve-se com um piloto aéreo (Tom Hiddleston) perturbado por suas experiências durante a guerra, em uma relação bem mais excitante. Quando os dois são descobertos, e após uma tentativa de suicídio, Hester começa a questionar se todas as suas escolhas foram corretas. Novo filme do célebre diretor britânico Terence Davies, autor de “Vozes Distantes” e “Ao Fim de um Longo Dia”.
Nota do portal Omelete (crítico Marcelo Hessel): * * * * * (Excelente)
- Elena (Elena – Brasil, 2012 – 82 min.)
Doc. Drama – Classificação 14 anos – Todos os dias – 17h30
Elena viaja para Nova York com o mesmo sonho da mãe: ser atriz de cinema. Deixa para trás uma infância passada na clandestinidade dos anos de ditadura militar. Deixa Petra, a irmã de sete anos. Duas décadas mais tarde, Petra também se torna atriz e embarca para Nova York em busca de Elena. Tem apenas pistas. Filmes caseiros, recortes de jornal, um diário. Cartas. Em todo momento, Petra espera encontrar Elena caminhando pelas ruas com uma blusa de seda. Pega o trem que Elena pegou, bate na porta de seus amigos, percorre seus caminhos e acaba descobrindo Elena em um lugar inesperado. Aos poucos, os traços das duas irmãs se confundem, já não se sabe quem é uma, quem é a outra. A mãe pressente. Petra decifra. Agora que finalmente encontrou Elena, Petra precisa deixá-la partir. Vencedor dos prêmios de Melhor Documentário, Júri Popular, Melhor Direção, Melhor Direção de Arte e Melhor Montagem no Festival de Brasília 2012.
Nota da Revista Piauí (crítico Eduardo Escorel): * * * * * (Excelente)
Nota do jornal O Globo (crítica Consuelo Lins): * * * * (Ótimo)
- Os Croods (The Croods – EUA, 2013 – 103 min.)
Animação/Infantil – Dublado/2D – Classificação livre –  Sexta, Sábado e Domingo – 15h30
Nesta sessão todos pagam R$ 5,00
Família pré-histórica precisa achar um novo lar quando sua caverna é destruída. Liderados por Grug (Nicolas Cage), só não imaginavam que sair das cavernas ia render a maior aventura de suas vidas.
- Uma Garrafa no Mar de Gaza (Une Bouteille a la Mer – França/Israel/Canadá, 2011 – 99 min.)
Drama – Classificação 14 anos – Todos os dias – 21h10
Tal (Agathe Bonitzer) é uma jovem francesa de 17 anos que mora em Jerusalém com sua família. Após a explosão de um camicase num café do seu bairro, ela escreve uma carta a um palestino imaginário, na qual exprime suas interrogações e sua recusa em admitir que só o ódio possa reinar entre os dois povos. Ela coloca a carta em uma garrafa e entrega a seu irmão para que jogue no mar, perto de Gaza, onde ele presta serviço militar. Algumas semanas depois, Tal recebe uma resposta de um misterioso “Gazaman”.
Nota do portal Adorocinema (critico Lucas Salgado): * * * * (Ótimo)
- O Que Traz Boas Novas (Monsieur Lazhar – Canadá, 2011 – 94 min.) – ESTREIA
Drama – Classificação 14 anos – Todos os dias – 19h10
Bachir Lazhar (Mohamed Fellag), imigrante argelino, é contratado para substituir um professor do ensino fundamental, que morreu tragicamente. Enquanto a classe passa por um processo de superação da perda, ninguém desconfia o drama pelo qual passa o novo professor, que corre o risco de ser deportado a qualquer momento. Dos mesmos produtores de “Incêndios”.
Nota do jornal O Globo (crítico Marcelo Janot): * * * * (Ótimo)
- Adeus, Primeiro Amor (Un Amour Jeunesse – Alemanha/França, 2011 – 110 min.) - ESTREIA
Drama – Classificação 14 anos – Todos os dias – 17h00
Camille (Lola Créton) e Sullivan (Sebastian Uzendowsky) se separam quando o rapaz decide passar um ano viajando pela América do Sul. Ela, com apenas 15 anos, sobrevive das cartas que recebe... até que elas não chegam mais. Quatro anos depois, Camille se tornou uma estudante de arquitetura dedicada não só aos estudos, mas também a seu novo amor, o famoso arquiteto Lorenz (Magne Havard Brekke). Quando Sullivan cruza seu caminho de novo, a jovem fica com o coração dividido entre os dois homens que ama. Novo filme de Mia Hansen-Løve, diretora de “O Pai dos Meus Filhos”.
Nota do portal Omelete (crítico Marcelo Hessel): * * * * * (Excelente)
- A Profecia dos Sapos (La Prophétie des Grenouilles – França, 2013 – 90 min.) – ESTREIA
Animação/Infantil – Dublado/2D – Classificação livre –  Sexta, Sábado e Domingo – 15h10
Nesta sessão todos pagam R$ 5,00
Mais uma vez, o mundo encara os 40 dias de chuva interrupta. Os sapos, que profetizaram a catástrofe iminente, tentaram alertar os humanos. Sem ter mais o que fazer, dois adultos e duas crianças procuram abrigo em um celeiro enorme, uma espécie de Arca de Noé improvisada. Nessa casa flutuante, eles reúnem os animais da fazenda e os bichos do zoológico da vizinhança. O mundo é inundado e tudo que eles têm para comer são 28 toneladas de batatas.
SERVIÇO
Cine Jardins (Shopping Jardins). Rua Carlos Eduardo Monteiro de Lemos, 262, Jardim da Penha, Vitória/ES, CEP 29.016-120. (27) 3026-8099 (14h-22h).
Preços:

Segunda, terça e quarta: R$12 (inteira) / R$ 6 (meia)

Quinta e sexta: R$ 14 (inteira) / R$ 7 (meia)

Sábado, domingo e feriados: R$ 16 (inteira) / R$ 8 (meia)




O TEATRO DO DESOPRIMIDO E A CATARSE DO CENÁRIO MIDIÁTICO.


1
As sociedades humanas nada mais são que cenários teatrais produzidos por nós mesmos, num contexto em que somos tanto mais coadjuvantes quanto mais acreditamos em nossas próprias vidas, como se não fossem partes e contrapartes do teatro social no qual atuamos como personagens de nós mesmos.
2
Se a afirmação “o mundo é um teatro” é verdadeira o é porque nele atuamos como personagens que representam a si mesmos e, ao fazê-lo, atuam inevitavelmente como figurantes do cenário-mor: o teatro civilizacional que nos cabe viver, atuar, cumprindo à risca um script predeterminado quanto mais nos pensamos livres para escolher o mesmo, a saber: os objetos, sujeitos, valores, identidades, tecnologias, percepções, sensações, intelecções, saberes, amores, amigos, inimigos produzidos pelo próprio teatro civilizacional em que vivemos, para, antes de tudo, compor, ainda que de forma dinâmica, o seu cenário produtivo e simbólico, com seus sistemas de bens, com seus palcos institucionais e produtivos, nos quais atuamos como a gente mesmo, sendo efetivamente mero figurante, independente de nossa posição social, de vez que de uma forma ou de outra, mesmo como dissidentes, dependendo das circunstâncias históricas, com o passar do tempo somos igualmente transformados em ícones após sacrificados – ícones, bem entendido, do próprio cenário, da própria civilização, da própria farsa que somos.
3
Em América (1927), romance de Franz Kafka, o protagonista da narrativa, Karl Rossmann, foge de uma Alemanha decadente, após ter engravidado uma empregada, e parte clandestinamente para os Estados Unidos. Sem conseguir trabalhos na terra do Tio Sam, depara-se com um cartaz que diz: “No hipódromo de Clayton se contratará hoje desde as seis horas da manhã até a meia-noite, pessoal para o Teatro de Oklahoma. Chama-se o grande teatro de Oklahoma! (...) Este é o teatro que está em condições de empregar qualquer pessoa. Maldito seja aquele que não acredite em nós! Adiante, a Clayton! (Kafka,América, p.291)”. Diante de um cartaz tão apelativo, Karl não perde tempo, vai depressa para Clayton, onde tudo que você quiser ser você será. O grande teatro de Oklahoma, na ficção de Kafka, é a consciência ficcional de que América será doravante o teatro do mundo e de que a montagem da vida humana, a que chamamos de civilização, é cenário teatral onde atuamos para sermos o que quisermos, seja na realidade, seja em sonho, em desejo.
4
Chamemos de teatro dos figurantes ao Grande Teatro de Oklahoma, pois independente do papel que nele desempenhamos, em nossas vidas concretas, seremos sempre coadjuvantes de um cenário civilizacional previamente estabelecido. Chamemos a decadente civilização burguesa, da qual não passamos de meros figurantes, de o nosso Grande Teatro de Oklahoma; nela, tal como em Clayton, tudo que quisermos ser, seremos, num contexto em que sua teatral palavra de ordem é: “Maldito seja aquele que não acredite em nós!” Chamemos, por outro lado, de Teatro do Desoprimido a uma aberta, inacabada e experimental forma dramática cujo objetivo principal é: “Sejamos malditos, não acreditemos no Grande Teatro de Oklahoma da civilização burguesa!” Fujamos não de uma Europa em decadência rumo ao teatro burguês do momento, mas antes de tudo fujamos da civilização burguesa que fez de toda a Terra o cenário de nossa deplorável e submetida presunção de não figurantes, assim sendo mais ainda.
5
A burguesa civilização é o cenário dos cenários, o terráqueo cenário de Oklahoma-mundo, formado, deformado e reformado a partir do caos representacional e apresentacional catárticos do infernal grande teatro dos figurantes das civilizações pré-modernas, barbárie de barbárie nas ilhas de mais monumentos à barbárie às quais damos o singelo nome de O grande teatro humano dos figurantes que pensam não ser.
6
Tal como as civilizações precedentes, a nossa constituiu-se e se constitui a partir de três forças despóticas: a hierarquia, a polarização e a exploração. Diante desses três mastros fundamentais das civilizações de tradição do oprimido, para dialogar com Walter Benjamin, o teatro como representação isolada, encenado em cenários prévios, não vale a pena porque tudo alimenta o grande teatro de figurantes da civilização burguesa; tudo é tomado por suas linhas de força ilusionistas e se transforma, de um modo ou de outro, em mais hierarquia, mais polarização, mais opressão.
7
Para transcender o caos ilusionista da civilização burguesa, o Teatro do Desoprimido não pode acreditar nem na representação e nem na apresentação, muito menos na catarse nela mesma. Sendo planetária, a civilização burguesa transforma tudo – a dimensão econômica, cultural, política, a relações interpessoais – em cenários de sua própria catarse, colocando-nos na cena ou esteira produtiva, reprodutiva de sua autovalorização sem fim, sob a forma de mais-valia, a única catarse verdadeiramente universal. Para tal, ela se vale do melhor de nós: nossa vontade de viver, nossa potência criativa, nossa individualidade e coletividade, transformando-nos sem cessar em mercadorias dela mesma, no jogo cenográfico de seus sistemas físicos (instituições, parques produtivos, cidades, territórios, corpos, tecnologias); e de seus sistemas discursivos, saberes, bens simbólicos, afetos, sistemas de comunicação. É assim que somos apanhados pelos seus cenários físicos e discursivos. É assim que, quanto mais nos agitamos, para viver, mais nos tornamos coadjuvantes das desdobras e dobras de sua determinista tragédia: o progresso nele mesmo, por ele mesmo, nas costas de nós mesmos, como se fôramos o próprio trem descarrilado da forma mercadoria ou da abstração do dinheiro, a hierarquizar-nos, polarizar-nos, explorar-nos quanto mais nos iludimos ser livres dentro dela, através dela, contra ou a favor dela.
8
Para o Teatro do desoprimido, desoprimir é produzir um teatro real e militante de desconstrução dos sistemas de bens e de terror da civilização burguesa em seu conjunto, no Ocidente e no Oriente. Édipo rei(427 a. C), de Sófocles, é, sob esse ponto de vista, um marco importante para o Teatro do Desoprimido, pela dupla questão trágica que apresenta e representa: a do incesto e da cegueira. Aquele porque na civilização burguesa, tudo é incestuoso, inclusive o bem e o mal, inclusive os opressores e os oprimidos, direita e esquerda, norte e sul, cristãos, mulçumanos, judaísmo. A segunda, a cegueira, porque, num mundo de incesto generalizado, no qual, negando-o mais o afirmamos, só nos resta a cegueira como precária condição desesperada para nem nos vermos nele e nem o vermos, na ilusão de que, cegos, estamos fora dela, da vergonha de ser um coadjuvante inevitável da farsa trágica que montamos para nós mesmos, animais de rebanhos que temos sido, independente se somos reis ou se somos súditos, exploradores e explorados.
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No entanto, ainda que seja uma referência dialógica, mais que ideológica, Édipo rei o é pelo o que o Teatro do Desoprimido não pode ser: incestuoso ou cego. Não acreditamos nessa falsa alternativa trágica: a farsa montada para ser assim a fim de que o grande teatro de figurantes das civilizações humanas permaneça como sempre foi: hierárquico, polarizado, usurpador. O personagem Édipo, da peça de Sófocles, não passou ainda de um coadjuvante ao mesmo tempo opressor e oprimido. Ele é um personagem envergonhado pelo incesto geral de nossas civilizações de tradição do oprimido.
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Para o Teatro do Desoprimido, não existe espaços para vergonha; é um teatro sem vergonha precisamente em relação às representações apresentadas como as únicas possíveis na trágica farsa da opressão oprimida que toma tudo e nos toma, oprimidamente, independente da posição social que ocupamos, teatralizando-nos sem cessar.
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Hamlet (1601), de Shakespeare, também é um referencial importante não apenas por causa do “ser e não ser”, no famoso monólogo de Hamlet, a dúvida como fundamento sem fundamento, mas também e antes de tudo por ser uma peça que se sabe representação e, sabendo, sabe que tudo é representação de representação, logo farsa, num mundo de hierarquias, polarizações, sequestros das multiplicidades vitais. Sob esse ponto de vista, a observação do personagem Apolônio, ao se referir à própria peça, é exemplar: “Esta é um drama, uma farsa, uma pastoral, uma tragédia”, tudo ao mesmo tempo agora, num contexto em que o referente que interessa para o demonstrativo “esta”, é a própria tradição do oprimido: uma farsa, um drama, uma pastoral, uma tragédia; uma enfim mistura de gêneros representativos a nos representar quanto mais os representamos com a nossa própria apresentação corporal, pessoal, burguesa, porque, compartilhando com Robert Kurz, tudo na civilização burguesa se transforma em forma-mercadoria, razão pela qual tudo é aburguesado.
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A estética teatral de Bertold Brecht também nos é uma referência importante no que contém de vontade de desrepresentar através da recusa ao recurso aristotélico da catarse, como que a dizer, em suas peças, e efetivamente dizendo: público que nos vê, o teatro não é a vida e a vida não é o teatro, embora o que veem, a montagem, o teatro em si, seja o que a vida da tradição do oprimido é, tal qual o teatro: uma montagem feita para produzir catarse, para purgar sua emoção a um tempo de opressor e oprimido a fim de que tudo venha a mudar, emotivamente, para nada mudar.
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Com Brecht aprendemos que a catarse deve sair da representação e alcançar a vida individual e coletiva, na montagem mesma que interessa: a do teatro civilizacional da civilização burguesa. O Teatro do Desoprimido tem como desafio experimental purgar emoções revolucionárias dentro dos sistemas de montagem da civilização burguesa, sem, para fazer-se como revolucionário, se deter às suas armadilhas cenográficas – e tudo é cenografia, saberes, poderes, viveres, na, da e para a civilização burguesa. Para tanto, repetimos, o Teatro do Desoprimido não representa, atua, intervém, faz da vida um teatro da vida: um teatro fora da civilização burguesa, experimentalmente, ao mesmo tempo vivendo e atuando, pondo-a em xeque precisamente nas suas linhas de força, no momento histórico de sua montagem produtiva planetária.
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Esta observação precedente é fundamental e faz do Teatro do Desoprimido uma potência ao mesmo tempo artística e política, além de pensante, amorosa, tendo em vista, como desafio histórico, as seguintes questões: quais são os cenários fundamentais do sistema de montagem da civilização burguesa no atual presente da humanidade? Onde devemos intervir de forma desoprimida, desconstruindo tanto a opressão como o oprimido? Essas são duas perguntas de extrema importância para o Teatro do Desoprimido. Não temos mais tempo a perder e tampouco podemos desperdiçar nossas energias teatrais desopressoras.
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É preciso, pois, escolher o alvo certo para teatralizar nele, num catártico e vivo exercício experimental de desopressão individual e coletiva, a fim de desrepresentarmos os ícones representativos da civilização burguesa atual, desmontando-os teatralmente, e, ao mesmo tempo, realmente, surpreendendo-nos no flagrante delito de pertencer a esta genocida e patológica civilização, pois tudo é delituoso nas sociedades de hierarquia, de polarização, de exploração; tudo é delituoso e ao mesmo tempo, como dissera o personagem Apolônio de Hamlet, farsante, dramático, idílico e trágico, sem contradição alguma.
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Não resta a menor dúvida de que as cenografias fundamentais do atual presente histórico da humanidade são as montagens farsantes, dramáticas, idílicas, trágicas e antes de tudo publicitárias das corporações multinacionais. São elas que mandam e desmandam por todos os lados; são elas que arranjam e rearranjam as configurações econômicas, subjetivas e epistêmicas da humanidade toda, razão pela qual são elas que o Teatro do Desoprimido tem o desafio de desmontar, revelando os mecanismos de suas farsantes catarses com muito humor, com muita inteligência, plasticidade, parodiando caricaturalmente suas táticas, estratégicas e objetivos explícitos e ocultos.
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Outra importante referência para o Teatro do Desoprimido é a estética do pior de Samuel Beckett, com seus cenários textuais mínimos e predominantemente representados por personagens velhos, vetustos, fora das ilusões da vida no mundo burguês, onde a velhice não tem vez pela singela razão de que a principal farsa de nossa civilização é precisamente o esforço que ela faz para camuflar sua velhice histórica.
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Nossa civilização, herdeira das demais, de tradição do oprimido, é vetusta, razão pela qual nela nascemos velhos, milenares, antigos, antiguíssimos. O Teatro do Desoprimido é também um exercício experimental de juventude que de desoprime, logo rejuvenesce, na contramão da velharia geral que é a civilização burguesa. Desoprimir-se, nesse sentido, é rejuvenescer, logo é tornar-se desburguês, porque uma coisa é certa, na civilização em que vivemos todos somos velhamente burgueses, sem exceção, opressores e oprimidos. É por isso que desoprimir significa uma intervenção teatral individual e coletiva (sempre uma coisa e outra, de forma indiscernível) para fora da condição do opressor e de oprimido, procurando esconjurar a ambos a fim de produzir o fora da tradição do oprimido, atuando, vivendo, teatralizando-nos como não oprimidos e não opressores, tendo como foco de desmontagem as corporações multinacionais que por todo lado configuram e desconfiguram os rostos dos opressores e dos oprimidos, chamando-nos sem cessar de vetustos doentes de nós mesmos, expulsando-nos para a condição de anacrônicos quanto mais nos acreditamos atuais, jovens, contemporâneos.
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Por fim, outro importante marco intertextual para o Teatro do Desoprimido é o nosso Teatro do Oprimido, de Augusto Boal. Do Teatro do Oprimido, o do Desoprimido se inspira, longe de qualquer mistificação, por causa de sua escolha política: no oprimido. Não existe outro modo de transformar revolucionariamente as civilizações de tradição do oprimido, como a nossa, sem fazer uma opção clara por este último. Qualquer outra escolha que não se fundamente por esse ponto de vista decisivo significa a opção contrária: pelo opressor. Só existe outra forma de transcender a relação entre oprimido e opressor senão fazendo opção pelo oprimido, porque este é o que contém a potência, mesmo que não o saiba ou que a recuse, de produzir o fora da civilização burguesa, por ser fundamentalmente o que perde, a própria vida, nela.
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Por outro lado, sem qualquer pretensão de originalidade, afirmamos que a relação entre opressor e oprimido é parte e contraparte da civilização burguesa, razão por que fazer opção pelo oprimido não significa e não pode significar apegar-se à condição de vítima, buscando, como recompensa, a reparação dos danos historicamente sofridos. A civilização burguesa sofre do mal de representação de si mesma através da repetição dramática e exaustiva, por todos os lados, da figura do opressor e do oprimido, mesmo considerando a circunstância de que todo oprimido possui uma legião de opressores em si e todo opressor possui outra legião de oprimidos. Tudo isso é extremamente enfadonho e nunca sai do lugar, anda em círculos; movimenta-se para mais tragicamente se reproduzir, de forma catártica e farsesca.
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Para sair desse sistema de farsas entediantes que teatralizam sem cessar as mutações do mesmo, é preciso produzir o teatro do oprimido desoprimindo-se nos cenários dominantes da opressão contemporânea, quais sejam: as multinacionais e muito especialmente as corporações midiáticas locais e planetárias. O farsante teatro da opressão ocorre nesses cenários de modo que é neles que o teatro do desoprimido está na alegre, despojada, corajosa, revolucionária obrigação de intervir, dramaticamente, mas fora do sistema de catarse, como o de opressor e oprimido, da civilização burguesa.
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Embora o oprimido tenha nome próprio e o é antes de tudo em relação aos três poderes mais opressores da história da humanidade, o econômico, o étnico e o patriarcal, num certo sentido, na civilização burguesa (mais que dizer que todos somos opressores, como é comum ouvir aqui e ali, especialmente nos círculos supostamente bem informados) é o contrário que devemos dizer: nela todos somos oprimidos, pois todos estamos condenados à mesma humanidade hierárquica, polarizadora, ancorada na exploração econômica, étnica e de gênero.
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É nesse sentido que acreditamos ser possível dizer que o Teatro do Desoprimido é de todos e de ninguém, assim como não temos receio de afirmar que a universalidade dele se inscreve no desafio da teatralização liberadora para todos os humanos, através de uma catarse militante que sabe definir o interlocutor a ser negado, a civilização burguesa; assim como sabe teatralizar experimentalmente o que deve ser afirmado: outro modelo de civilização, sem hierarquias, sem polarizações, sem exploração, num comunismo planetário sem atores da representação e apresentação burguesas; sem, pois, opressores e oprimidos e seus dilemas com seus enfadonhos e neuróticos lemas de mais opressor e mais oprimido quanto mais nos fazemos sem buscar um fora em relação ao cenário planetário dentro do qual somos todos figurantes da abstração geral do dinheiro.
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O Grande Teatro Oklahoma do mundo contemporâneo da civilização burguesa que incessantemente, de forma absolutamente apelativa, nos diz: “Aqui você pode ser tudo que quiser!”, tem nome próprio: as corporações midiáticas planetárias. São elas que nos amedrontam sorrindo com a seguinte palavra de ordem, por todos os lados, nunca alados: “Maldito seja aquele que não acredite em nós!” Por todos os lados, nunca alados, insisto, o que vemos é a submissão a essa palavra de ordem intimidadora e sedutora, sem contradição alguma. É assim que a política se rende ao Grande Teatro de Oklahoma das corporações midiáticas. É assim que a educação igualmente se rende, em todos os níveis. É assim que o poder judiciário também se rende e por sua vez o poder executivo, o legislativo, o ministério público, a polícia federal, o que chamamos de arte, a música popular e a não popular, o amor. É assim enfim e em começo que nos rendemos: atuando como figurantes, quanto mais famosos, no Grande Teatro de Oklahoma das corporações midiáticas.
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Por todo lado, tendo em vista o Grande Teatro das corporações midiáticas, todo aquele que descrê de sua religião catártica espetacular, planetária, será visto, por todos os figurantes protagonistas (porque desejam ser famosos, midiaticamente), como malditos porque não creem nas representações e apresentações, sempre publicitárias, da catarse geral que as corporações midiáticas descarregam sem cessar por todo o planeta em nome do cenário milenarmente construído da burguesa civilização, teatro de todos os teatros civilizacionais precedentes, razão pela qual é performática o suficiente para teatralizar todos os dramas: o drama de ser opressor, o drama de ser oprimido, o drama de ser democrático, o drama de ser ditador, o drama de ser negro, branco, amarelo, cristão, homem, mulher; de ser enfim mais um figurante rosto teatral da civilização burguesa.
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As corporações midiáticas desempenham uma importância axial, para o Grande Teatro dos figurantes da civilização burguesa atual, que se desmorona e nos desmorona, sempre como coadjuvantes quanto mais nos acreditamos livres dentro desse cenário, através de seus intrincados sistemas de referências ilusionistas. Sem as corporações midiáticas, a civilização burguesa transformará a todos os humanos, seus oprimidos reais, em malditos porque estes não mais acreditarão nela. As corporações midiáticas, portanto, com sua função teatro dentro da função teatral maior da civilização burguesa, possuem o seguinte e inexorável desafio: o de gestora catártica das crenças milenares que a humanidade vem produzindo no interior sem fundo de suas teatrais civilizações de figurantes, os quais se pensam protagonistas de si mesmos quanto mais são coadjuvantes do despotismo e carnificina generalizados que as determinam em seus sistemas de montagem mesmo, razão pela qual o desafio desde sempre foi o de desmontar o sistema de montagem ilusionista e real das civilizações de hierarquia, de exploração e de polarização.
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Eis porque o verdadeiro inimigo da atual teatro de Oklahoma da civilização burguesa é: aqueles que não acreditam nela! Nada pior para a civilização burguesa do que a não crença nela mesma, não crendo nem no opressor, nem no oprimido, nem na profusão de rostos que ela produz, como mercadorias, por todos os lados, nunca alados. É por isso que as corporações midiáticas chamam de liberdade de expressão a crença de que liberdade de expressão é a livre ditadura planetária delas mesmas, acusando desde logo de malditos a qualquer um que não crê na ilusionista e catártica liberdade de expressão dos donos das mídias, eles mesmos figurantes dos donos do poder bélico, que são figurantes dos donos do poder do petróleo, que são figurantes dos donos do poder bancário, que são figurantes dos donos do poder farmacêutico, que são figurantes dos donos do poder agrário, que são figurantes dos donos dos poderes dos Estados burgueses, que são figurantes de todos os poderes, num vicioso círculo catártico planetário no qual um dono de cenário de produção do teatro burguês é também figurante de outro e os demais, os despossuídos, não passam de figurantes sem posses, sendo mais figurantes, logo mais despossuídos ainda, quanto mais desejam possuir, serem eles mesmos um teatral sistema de bem da civilização burguesa.
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Os meios de comunicação da civilização burguesa são, pois, as tecnologias catárticas da crença geral no grande teatro de Oklahoma do mundo burguês. O Teatro do Desoprimido, tem, assim, um duplo desafio correlacionado: contribuir para desoprimirmos das crenças das e nos cenários produtivos e simbólicos da civilização burguesa, começando estrategicamente pela produção militante de descrenças em relação às corporações midiáticas, comprometidas até o miolo com três crenças fundamentais, na atualidade: a crença no imperialismo ocidental-americano, a crença no estilo americano de vida e a crença nelas mesmas, nas corporações midiáticas, as únicas que são ao mesmo tempo produtoras mundiais de catárticas mentiras e de não menos catárticas publicidades de suas mentiras, vendendo-as como hipercatárticas mentirosas verdades da civilização burguesa.
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Como começo de conversa, o Teatro do Desoprimido não crê, em três monumentais catarses do mundo contemporâneo, a saber: a catarse das corporações midiáticas (e por extensão de todas as corporações teatrais de poder), a catarse no imperialismo ocidental-americano (principal gestor das catarses corporativas), a catarse do estilo americano de vida (modelo de subjetividade não menos catártico da catarse imperialista e da catarse corporativa).
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Tudo que vem dessas três formas de catarses planetárias, o lugar por excelência dos figurantes, deve ser claramente recusado, parodiado, avacalhado, desqualificado pelos atores vitais do Teatro do Desoprimido do mundo todo, mas sempre como começo de conversa, pois, não nos iludamos, catarticamente: o hipercenário planetário da civilização burguesa produziu, na atualidade, o grande teatro de Oklahoma mundial do figurante povo burguês.
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É assim que o Teatro do Desoprimido deve recusar terminantemente a intervenção imperialista no estilo catártico humanitário em qualquer lugar do planeta; intervenção sempre apoiada e catarticamente defendida pelas corporações midiáticas da civilização burguesa planetária. Sob esse ponto de vista, é necessário não hesitar nunca: se existir interesse imperialista e corporativo na destituição do governo da Síria, então sejamos mais pró-governo sírio do que nunca, mas sempre compreendendo que tal governo (e todos, num certo sentido) é parte da tragédia geral da civilização burguesa, razão pela qual deve ser apenas transitoriamente apoiado diante do perigo-mor: o imperialismo ocidental-americano e suas corporações cenográficas do teatro da mais-valia do mundo contemporâneo.
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O mesmo argumento vale, no campo da desopressão, para a Venezuela, Irã, Líbano, Brasil, Argentina, Bolívia, Equador e afinal para literalmente todos os países do mundo forçados a serem meros figurantes do Grande Teatro de Oklahoma das corporações ao mesmo tempo bélicas, econômicas, culturais, midiáticas, tecnológicas e epistêmicas do imperialismo ocidental-americano.
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O Teatro do Desoprimido, portanto, porque não representa, intervém, milita, sabendo que os cenários da farta burguesa já estão previamente montados, não apenas deve contribuir para desmontá-los, mas também antes de tudo saber escolher os cenários que mais urgentemente devem ser desmontados se quisermos trabalhar realmente para o fim das civilizações de hierarquias, de exploração e de polarização, as quais alcançaram, quer queiramos ou não, o seu fim com a civilização burguesa, pela evidente razão de que, se não destituímos o complexo sistema de hierarquia, de polarização e de exploração da atual civilização teatral planetária, não existirá mais humanidade, essa farsante comédia, trágica da pastoral de si mesma, quando atua nos cenários civilizacionais de uma humanidade como figurante (leia-se refém) catártica dela mesma.
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Mas afinal onde está o Teatro do Desoprimido? O Teatro do Desoprimido não existe de tanto existir. Não precisa falar em nome de nada e de ninguém. Nós o produziremos integralmente quando todos nos tornamos desoprimidos, quando não mais existirem hierarquias, explorações, polarizações.
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Comecemos (e há milhares de anos que estamos começando) com toda coragem e ousadia, destituindo, a Igreja do teatro das convictas e voluntárias servidões catárticas da atualidade: as corporações midiáticas. Façamos de seus farsantes cenários, desmontando-os, o início de uma era de protagonistas de nós mesmos, sem precisar de catárticos reconhecimentos do cenário civilizacional burguês.
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As corporações midiáticas, como gestoras mundiais das catarses da civilização burguesa, são o cenário que devemos desmontar necessariamente; e não nos iludamos, burguesmente, a respeito. Sem a destituição de suas pirotecnias ilusionistas planetárias, jamais transformaremos a humanidade em protagonista do instigante palco de beleza, de criação, de felicidade, de bondade, de cuidado individual e coletivo, através de um cenário civilizacional sem opressores e sem oprimidos; de desoprimidas liberdades de expressão, no teatro planetário da infinita liberdade para inventar reais catarses de justiças, na criação lírica de si por meio da criação epopeica de qualquer um, desmontando sem cessar hierarquias, explorações e polarizações.
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Então, no lugar das mídias de opressão do farsante teatro da atualidade, teremos as mídias da desopressão como meios de nossos enleios.
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Luis Eustáquio Soares é poeta, escritor, ensaísta e professor de Teoria da Literatura da Universidade Federal do Espírito Santo.

WINGS. PAUL MCCARTNEY RELANÇA "WINGS OVER AMERICA", ÁLBUM AO VIVO DE 1976.



O único e histórico registro oficial de Paul McCartney ao vivo na década de 70 está novamente à venda. O álbum "Wings Over America", lançado originalmente em 1976, acaba de ganhar uma nova versão remasterizada e com bônus. 

Os sites Amazon e iTunes disponibilizaram hoje o relançamento do clássico do Wings. Remasterizado nos estúdios Abbey Road, o álbum está disponível nos formatos CD duplo, LP triplo, Download digital eDeluxe Box Set edição limitada.


Entre as novidades do pacote completo estão um DVD com o especial de televisão original "Wings Over The World", que agrega uma galeria de fotos. Além de quatro livros contendo fotos, documentos e artes gráficas, tudo ligado à história do Wings.



Wings


A banda foi formada por Paul McCartney em 1971, após o fim dos Beatles. Com alterações de membros do grupo (exceto Paul, Linda e Denny Lane), o Wings construiu uma trajetória de 10 anos de atividade.


O auge da banda foi em 1976, já tendo conquistado diversos hits nas paradas do mundo inteiro. Neste mesmo ano, realizaram a primeira turnê pelos EUA. "Wings Over America" cobre justamente esta passagem. O repertório inclui, além dos hits da banda, algumas canções solo de Macca pós-Beatles/pré-Wings, e algumas canções que ele compôs e gravou com os Beatles (algo que ele não fazia nas primeiras turnês dos anos 70).



Um filme chamado "Rock Show", registra a última apresentação da turnê, ocorrida em Seattle, em junho de 1976. Uma versão editada do concerto foi exibida apenas em 1980. Agora, o show completo, com imagens e áudio restaurados, será apresentado em diversas salas de cinema pelo mundo, inclusive no Brasil (veja lista de cinemas abaixo). Em breve, estará disponível em DVD.



Paul segue o processo de reedição de sua obra. Após as remasterizações de Band On The Run, McCartney,McCartney II e Ram, o incansável beatle lança uma nova luz sobre o triunfo do Wings.




Wings Over America - Remastered (2013)



Cinemas brasileiros

Os fãs de PaulMcCartney and Wings pelo Brasil poderão acompanhar o “Rockshow” completo e em alta definição nos cinemas. Segundo o site Wings Over Brazil, cada uma das cidades que exibirá o conjunto de filmagens de shows do ex-Beatle e sua antiga banda terá 3 exibições nos próximos dias 27, 28 e 29 de junho.
Confira a lista dos cinemas que exibirão o filme:
UCI – Norte Shopping Cachambi/RJ

UCI Estação Curitiba/PR
UCI – Palladium Shopping Curitiba/PR
UCI Fortaleza Shopping Iguatemi/CE
UCI – Santana Shopping Lauzane Paulista/SP
UCI – Independência Shopping Juiz de Fora/MG
UCI – Tacaruna Shopping Recife/PE
UCI – Recife Shopping Recife/PE
UCI Casa Forte Recife/PE
UCI – Ribeirão Shopping Ribeirão Preto/SP
UCI NYCC Rio de Janeiro/RJ
UCI – Paralela Shopping Salvador/BA
UCI – Aeroclub Salvador/BA
UCI Orient Iguatemi Salvador Salvador/BA
UCI – Anália Franco São Paulo/SP
UCI Jardim Sul São Paulo/SP