sábado, 11 de maio de 2013

LICENÇA CRÔNICA - SANDRO BAHIENSE

 
Sandro Bahiense é professor, bibliotecário e amante das coisas que envolvam escrita. Lançou em 2008, em parceria de Ricardo Salvalaio e de mais 7 colegas poetas, a coletânia de poesias "8 Vezes Poeta", trabalho em que pôde expor um pouco de seus sentimentos e arte. Ficou conhecido entre os colegas da UFES por fazer uma crônica para cada um deles. Além de crônica e poesia, Sandro também escreve artigos de opinião, contos e máximas. Tais trabalhos podem ser vistos em seu próprio blog cujo endereço é http://sandrobahiense.blogspot.com/. Sandro trabalha também, claro, neste blog como um dos colunistas. Confira, abaixo, a crônica 'O teatro de um vampiro'

O teatro de um vampiro

Há 16 anos, infelizmente, o Brasil perdia um de seus maiores poetas e músicos: Renato Russo. Vitimado pela doença da hipocrisia dos humanos, Russo não resistiu a tantas barbaridades, à tanta banalização da violência, à prostituição de nossas crianças e a absoluta falta de intelecto. Morreu, desapareceu, foi para o espaço.

Deixou de agoniar as mazelas do mundo, cada vez maiores, cada vez mais intensas e, repito, cada vez mais banais. Pressupôs que não teríamos mais o apuro auditivo de outrora e que, nos idos de 2011/2012, louvaríamos cantores onomatopeicos que cantam o sexo na mais pura implicidade.

Adivinhou que o politiquismo corretismo inundaria o país e que, apesar disso, o usaríamos erroneamente, perseguindo comediantes em vez de corruptos. Vislumbrou que violência e ignorância seria engraçado. E que vibraríamos porque alguém apanhou na TV. Pior: Vibraríamos porque alguém apanhou ao vivo. Tempos de odes violentus.

Renato cansou de dar murro em ponta de faca, até porque a faca (assim como os sorrisos) estavam enferrujados. Que país é este? Alguém irá bradar. De que adianta protestar se a gente ainda não aprendeu a sentir?

Pais, filhos, espirito santo... Gente que usa a religião de forma imperfeita. Gente que se aproveita da carência do povo. Que pena! Bora pro espaço, pra Via-Láctea. Estrelas são as nossas lágrimas.

Um dia a nossa nova juventude vai entender, eu sou um vampiro, me sinto deslocado neste mundo de alienados. Eu não sou alien, só estou num teatro: O teatro dos resistentes. Eu acredito e vou alcançar.  Renato vive em cada grande ideia!
 

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