sexta-feira, 4 de outubro de 2013

LICENÇA POÉTICA: JOÃO CARLOS B. RAMOS


João Carlos Barcelos Ramos é graduado em Letras Português pela Universidade Federal do Espírito Santo e pós graduado e Educação Especial e Inclusiva pela Faculdade Ateneu. Atua como professor de Língua Portuguesa na rede estadual de educação do Espírito Santo. Posta seus poemas, pensamentos, entre outros, em seu blog http://muralsarauvaral.blogspot.com.br/. Abaixo, confira o poema “O Silêncio dos... covardes”:

O SILÊNCIO DOS...COVARDES

A inerte passividade de um covarde
É como a beleza simétrica de um lago parvo.
Semimorto, cristalina lâmina d’água.

Sem a força e revolta do mar,
agita-se apenas nos arrepios de uma brisa fugaz,
ou pouco revolta-se com o vigor de ventos triviais.

Faltam-lhe ondas e marés, para abraçar a tempestade,
Para o covarde abraçar a vida,
Para naufragar embarcações e destruir portos.

Mas é o belo lago, ao pôr-do-sol,
Refletindo o rubor das nuvens sobrepostas,
Elas que passam pelo Real Astro.

Nas bucólicas quietudes de suas margens
As libélulas orquestram sua leve coreografia
E até a grama encontra paz para crescer

Belo! “como um comercial de margarina”...
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E enquanto suas águas cristalinas,
Ao mundo mostram a beleza roubada
De nuvens irradiadas pelo sol poente
Sua profundeza abriga as trevas de lodo,
Larvas e a decomposição dos afogados,
Que por confiarem em sua placidez marmórea,
Esqueceram-se do musgo traidor de suas margens
Da não-força da não-onda que não afunda,
Mas também não ajuda a sair dos desníveis mais profundos
Que a plana superfície da lâmina d’água esconde.

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E a noite sua beleza mais sinistra é aparente
Mas não há mais vista que o contemple
E assim, o solitário, frio, e passivo covarde
Abriga-se nas tonalidades noturnas,
Para repousar de seu repouso criminoso
E ser pleno da impunidade parcial........................

A solidão meamaxima culpa est
E o meu remorso é aproveitado
Em cantos do arauto covarde
Felicidades tantas frustandas..........................(PELAS DORES QUE FORAM EVITADAS)
O temor de ser leito de água salgada....
Faz do covarde um túmulo........................................................................
....................................................................................................De IMpossibilidades.







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