sábado, 13 de dezembro de 2014

LUIZ GONZAGA 102 ANOS: CONFIRA 10 GRANDES CANÇÕES.



Num tempo em que a produção artística era focada no eixo sul - sudeste, coube a uma voz acompanhada de sanfona amolecer a aridez e hostilidade da caatinga em forma de música. Luiz Gonzaga detinha a arte de inserir melodia em enredos sobre a condição desfavorável da terra onde nasceu. Em 2014, o Brasil comemora 102 anos de nascimento de Luiz Gonzaga e celebra o legado deixado por um dos maiores ícones da história artística brasileira. Como homenagem, segue uma seleção de 10 grandes canções do Mestre Lua:




4 – A vida do viajante (https://www.youtube.com/watch?v=XscHO3K-upY)


6 – O xote das meninas (https://www.youtube.com/watch?v=zT8y4brLke0)



9 – No meu pé de serra (https://www.youtube.com/watch?v=JZZycecHqI4)

10 – Juazeiro (https://www.youtube.com/watch?v=7VupcnZJVSg)

LUIZ GONZAGA 102 ANOS: O NORDESTE NO FOLE DA SANFONA.



Luiz Gonzaga levou a cultura nordestina para o Brasil e o mundo


Em 13 de dezembro de 1912, nascia Luiz Gonzaga, o rei do baião. Gonzagão foi sanfoneiro, cantor, compositor e principal responsável pela valorização dos ritmos nordestinos no século XX. Foi ele quem simbolizou o que há de melhor na música nordestina, e primeiro artista a assumir sua nordestinidade (representada pela a sanfona e pelo chapéu de couro). Cantou as dores e os amores de um povo que não possuía voz. Após se transferir para o Rio de Janeiro em 1939 e passar a se apresentar em bares e cabarés, participa do programa de Calouros da Rádio Tupi (de Ary Barroso) e ganha o primeiro lugar, com a música "Vira e Mexe", o qual tinha influências das canções nordestinas. Luiz até então só tocava tangos e fados, mas após ouvir um conselho de um amigo para apresentar as boas criações do distante nordeste, compõe dois clássicos: "No meu pé de Serra" e "Vira e Mexe". O prêmio da rádio abriu caminho para que pudesse vir a ser contratado pela emissora Nacional, é descoberto e levado pela gravadora RCA Vitor para gravar seu primeiro disco. O sucesso foi rápido, vários outros discos foram gravados, mas só em 11 de abril de 1945 grava seu primeiro disco como sanfoneiro e cantor, com a música "Dança Mariquinha". O êxito continuou, Luiz Gonzaga dominou o mercado fonográfico brasileiro das décadas de 40 e 50.

Costumes


No livro “Vida do Viajante: A Saga de Luiz Gonzaga” (1996), de Dominique Dreyfus, Gonzaga revelou: “Eu queria cantar o Nordeste. Eu tinha a música, tinha o tema. O que eu não sabia era continuar. Eu precisava de um poeta para escrever aquilo que eu tinha na cabeça, de um homem culto para ensinar as coisas que eu não sabia. Eu sempre fui um bom ouvidor. Cheguei até a enganar que era culto!”. Para representar o povo do nordeste, mostrar sua vida, seus costumes e sua variedade lingüística, Gonzagão se juntou, primeiramente, ao advogadodeputado federal e compositor cearense Humberto Teixeira, e, logo depois, ao compositorpoeta e folcloristapernambucano Zé Dantas. Formado advogado, Humberto Teixeira preferiu trabalhar com música. O sucesso logo viria quando foi chamado por Gonzaga para seu projeto de popularizar a cultura nordestina no Rio de Janeiro. Em pouco tempo, os dois já era conhecidos como rei e doutor do Baião, ritmo que se tornou fenômeno em todo o Brasil e no mundo. Com o Mestre Lua, compôs vários clássicos, tais como “Baião”, “Asa branca” “Assum preto”, “Juazeiro”, “Paraíba”, “Qui nem jiló, “Respeita Januário” e “No meu pé de serra”.


Já Zé Dantas, homem tímido, mostrou suas composições ao ilustre Gonzagão ao conhecê-lo. O Rei do Baião, entusiasmado, aprendeu algumas músicas e prometeu gravá-las. Na década de 50, Dantas vai residir no Rio de Janeiro. Nesse período, atinge o ápice da parceria com Luiz Gonzaga, passando a obter lucros com o sucesso de suas canções. Zé Dantas deixou um amplo e considerável cancioneiro que contribuiu para o grandioso sucesso de Luiz Gonzaga. Suas parcerias são verdadeiros clássicos da música popular brasileira, como “Vem Morena”, “Acauã”, “Riacho do Navio”, “A Volta da Asa Branca”, “O Xote das meninas” e “Sabiá”. Destarte, ambas as parcerias popularizaram o baião e influenciam muitos músicos da música popular brasileira, entre eles: Gilberto Gil, Caetano Veloso, Belchior, Sivuca, Dominguinhos, Fagner, Zé Ramalho, Raul Seixas, Elba Ramanho, Geraldo Azevedo, Alceu Valença, Zeca Baleiro, entre outros.

O baião, em 1950, já era um ritmo conhecido de leste a oeste. Era 'A dança da moda', vide o título do baião de Luiz Gonzaga e Zé Dantas. Ademais, o ritmo atravessou as fronteiras da pátria e ganhou o mundo. Hollywood foi o primeiro a se encantar pelo brilho da dança brasileira, no filme “Nancy Goes to Rio" (“Romance Carioca”), o standart “Baião” (mesmo estrupiado) já aparecia, e alguns países da América Latina e Portugal contagiavam-se, também, pelo toque pau-de-arara. Em 1956, a cantora japonesa Keiko Ikuta gravou as músicas “Baião de dois” e “Paraíba”, aqui mesmo no Brasil, com acompanhamento do próprio Luiz Gonzaga e seu conjunto. Tudo isso foi a consagração mundial do baião, de Luiz Gonzaga e da música brasileira, nem mesmo o samba havia chegado tão longe, conforme revela Assis Ângelo: “O baião ganhou o mundo com a pureza das armas da terra: sanfona, triângulo e zabumba”.


O grupo brasileiro "Forro in the Dark", formado por músicos residentes em Nova York, gravou em 2006 o cd "Bonfires of São João", que traz David Byrne, vocalista da banda Talking Heads, interpretando "Asa Branca". Byrne tem uma relação muito grande com a música brasileira e também faz uma participação no documentário sobre a vida e obra de Humberto Teixeira, "O homem que engarrafava nuvens".

Asa branca


A história mais interessante e pitoresca envolvendo a figura de Luiz Gonzaga foi a de que o grupo britânico The Beatles gravaria “Asa branca”.  Nos anos 60, o Velho Lua andava um tanto apagado. O povo só queria ouvir Jovem Guarda e Tropicália. E, claro, o quarteto inglês. Como não poderia deixar de ser, a novidade atiçou a imprensa. Foi entrevista para todas as mídias, convites para shows, polêmica nas rodas de conversas, porém, os rapazes de Liverpool não estavam entre os intérpretes da canção. A história não passava de fantasia de Carlos Imperial. O fato é que a canção ficou conhecida a partir da gravação de Gonzagão e as de outros 310 intérpretes. Até um grego, Demis Roussos, gravou uma versão de “Asa Branca”, chamada de “White Wings”. O roqueiro brasileiro Raul Seixas também fez uma versão em inglês para “Asa branca” (“White wings”). A canção, composta em parceria com Humberto Teixeira, se transformou no hino do nordeste.


O rei do baião faleceu no dia 2 de agosto de 1989. No entanto, seu legado é imenso e eterno. O Mestre Lua, por sua criatividade, tem lugar cativo na música popular brasileira. Na mais renomada biografia “Vida do Viajante: A Saga de Luiz Gonzaga” (1996), de Dominique Dreyfus, Gonzaga ponderou:  “Gostaria que lembrassem que sou filho de Januário e dona Santana. Gostaria que lembrassem muito de mim; que esse sanfoneiro amou muito seu povo, o Sertão. Decantou as aves, os animais, os padres, os cangaceiros, os retirantes. Decantou os valentes, os covardes e também o amor”.

***

Saudades do Mestre Lua


Luiz Gonzaga teve influência forte e marcante para vários artistas da música popular brasileira e da cultura em geral. Seguem alguns depoimentos famosos sobre o Rei do Baião:

"É assim a música - não só a letra - de Luiz Gonzaga. Ela identifica a geografia física e humana do Nordeste de um modo flagrante e definitivo como um signo, que provoca o reconhecimento tácito por si mesmo evidente. É a evidência do inconsciente coletivo, um padrão arquétipo.


Por isso que a gente fala em raiz quando ouve Luiz Gonzaga. Por isso que a gente ousa empregar até essa palavra terrível: telúrico. Luiz Gonzaga é telúrico. Está na terra de nossa alma, da alma do nosso povo. É eterno."

(Nelson Xavier - ator, autor e diretor brasileiro. Depoimento contido no encarte do disco "Luiz Gonzaga - 50 Anos de Chão")

"Ele sempre batalhou muito para que a nossa voz fosse ouvida. É o Mestre Maior.Pelo trabalho que fizemos juntos, apenas por aqueles momentos maravilhosos, já me sinto gratificado pela profissão que escolhi. "


(Raimundo Fagner - cantor. Depoimento contido no encarte do disco "Luiz Gonzaga - 50 Anos de Chão")

"Dentre aqueles gêneros diretamente criados a partir da matriz folclórica, está o Baião e toda a sua família. E da família do baião Luiz Gonzaga foi o pai. Seu nome se inscreve na galeria dos grandes inventores da música popular brasileira, como aquele que, graças a uma imaginativa e inteligente utilização de células rítmicas extraídas do pipocar dos fogos, de moléculas melódicas tiradas da cantoria lúdica ou religiosa do povo caatingueiro, e, sobretudo da alquímica associação com o talento poético e musical de alguns nativos nordestinos emigrantes como ele, veio a inventar um gênero musical. Eu, como discípulo e devoto apaixonado do grande mestre do Araripe, associo-me às eternas homenagens que a História continuada prestará ao nosso Rei do Baião."


(Gilberto Gil - cantor e compositor. Prefácio do livro "Vida do Viajante: A Saga de Luiz Gonzaga", de Dominique Dreyfus)

"O mais importante artista criador que esteve na sustentação da música popular nordestina. Ele foi essa figura que, sem atentar muito para isso, deixou uma imensa obra para seguir e aprender para que ele continue sendo lembrado e sua herança jamais se perca."


(Dominguinhos - cantor, compositor e instrumentista em entrevista a André Dib, no Diário de Pernambuco)

"Enquanto Presley foi o "Cavalo de Tróia" da negritude num país racista, Gonzaga colocou o Nordeste, com sua cultura refinada e seus costumes peculiares, no mapa da MPB. Era um momento de urbanização do sudeste, em que nordestino era encarado como peão de obra, cabeça chata, ser inferior. O Rei do Baião desvelou a diversificada cultura deste povo, então encarado de forma pejorativa. Está entre os maiores de todos, os fundadores de escolas: Pixinguinha, Noel Rosa, Dorival Caymmi, Tom Jobim - e não muitos mais."


(Tárik de Souza - jornalista e crítico musical em entrevista a Cristiano Bastos, no site Rolling Stone Brasil)


(Texto de Ricardo Salvalaio publicado no Caderno Pensar, do Jornal A Gazeta, no dia 08/12/2012) - com alterações. 

sábado, 29 de novembro de 2014

A PAIXÃO SEGUNDO GEORGE HARRISON



Há treze anos morria o guitarrista que ajudou a construir a história do pop

Há treze anos a música perdia um dos seus melhores representantes. Em 29 de novembro de 2001 morria George Harrison, o beatle “mais tranqüilo” e que detestava a fama. O músico, que nasceu em Liverpool, Inglaterra, no dia 25 de fevereiro de 1943, deixou saudades e um repertório riquíssimo que influencia e emociona milhões de seres humanos ao redor do mundo. Harrison era, ao mesmo tempo, transcendental, místico, rebelde, tímido, amoroso e dono de um humor muito peculiar. Este artigo versará sobre a vida e a importância do guitarrista que nos fez conhecer o Oriente e que, mesmo sendo um “rockstar”, manteve a serenidade, lucidez e altivez até seus últimos dias.

Um guitarrista discreto que tocava a serviço do grupo. Assim era George Harrison. Ao contrário de seus contemporâneos ingleses – Jimmy Page, Eric Clapton e Jeff Beck – não gostava de se exibir, não fazia cara feia nem grandes solos. Harrison era preocupado com a melodia. Com a harmonia de sons, com sons harmônicos. Harmonia com as músicas que a dupla genial Lennon – McCartney produzia. Seus sons harmônicos nos marcaram. Frases redondas, delicadas, lógicas. Parecem simples, mas não são. Sua guitarra chorava suavemente. Harrison ocupa a 21ª posição da lista "Os 100 Maiores Guitarristas de Todos os Tempos", da revista “Rolling Stone”, mas em outras eleições já figurou entre os dez melhores.
Ao conhecer e se encantar pelo trabalho do músico indiano Ravi Shankar, Harrison trouxe um pouco do encantamento oriental para os Beatles. Na música “Norwegian Wood”, do álbum “Rubber Soul” (1965), George introduziu a cítara, dando um toque todo especial à canção. Foi a primeira vez quem um músico do ocidente usou a cítara.

Something

Frank Sinatra, um dos maiores cantores do século XX, gostava particularmente de uma música dos Beatles: “Something”. Ele acreditava que essa era umas das mais belas canções de amor já compostas. Gostava tanto, aliás, que chegou a cantá-la inúmeras vezes e pensou, por um bom tempo, que ela havia sido composta pela dupla dinâmica Lennon – McCartney. “Something” foi composta por George, o mais espiritual entre os Beatles. Talvez por esse motivo, Sinatra possa ser perdoado em seu erro grotesco. “Something” é, depois de "Yesterday" (também dos Beatles), a música mais gravada de todos os tempos. Elvis Presley, James Brown e muitos outros grandes artistas já a gravaram. Muitos a consideram a melhor composição de Harrison.
“Something”, ao lado de “Here comes the Sun”, se encontra no disco dos Beatles, “Abbey Road” (1969). São as melhores músicas do álbum mais vendido dos Beatles. George Harrison também compôs outros temas clássicos dos Beatles, tais como “While my guitar gentle weeps” (a qual ele convidou seu amigo Eric Clapton para fazer a guitarra solo), “I need you”, “Piggies”, “Taxman”, “For you blue”, entre outros.
Ao longo da carreira dos Beatles, Harrison sempre quis gravar seu material. Entretanto, era impossível sobrepujar o cerco formado por John Lennon e Paul McCartney. Assim, George conseguia duas ou três músicas nos álbuns. O guitarrista seria o compositor principal em qualquer banda do mundo. No entanto, para sua sorte (ou azar), tinha ao seu lado, simplesmente, os dois maiores compositores do século XX.
O resultado de anos e mais anos de recusa foi reunido em “All things must pass” (1970), logo após o final dos Beatles. O álbum triplo, um dos melhores álbuns do ex-beatle, reúne as canções recusadas pela banda de maior sucesso do século passado. O álbum possui grandes hits, tais como “My sweet lord”, “What is life”, “All things must pass”, entre outros. O single “My sweet Lord”, um mantra de melodia irresistível, foi alçado ao Olimpo do pop, atingindo o primeiro lugar nas paradas de vários países do mundo, incluindo os EUA. Apesar de não gravar um disco por ano e não ligar para fama, George teve uma carreira solo muita bem sucedida. Lançou mais um disco de enorme sucesso, “Living in the Material World” (1973), com outro número um nas paradas, “Give Me Love (Give Me Peace on Earth)”, e a partir daí, sua carreira teve várias atividades: aprimorou-se na jardinagem zen que praticava, passou a freqüentar corridas de Fórmula um e tornou-se produtor cinematográfico, envolvendo-se com o pessoal do Monty Python, grupo humorístico inglês, para quem produziu “A Vida de Brian” (1979).
Seus outros hits em carreira solo são:  “Crackerbox Palace”, “Poor Little Girl”, “Blow Away”, “That's The Way It Goes”, “Cockamamie Business”, “Dark Horse”, “Wake Up My Love”, “You”, “Life Itself”, “Cheer Down”, “What Is Life”, “Got My Mind Set On You”, “Cloud 9”, “Here Comes The Moon”, “Gone Troppo” e “Love Comes To Everyone”.
Nos fins dos anos 80, George formou, por pouco tempo, outra banda, os Traveling Wilburys, junto com alguns músicos famosos: Bob Dylan, Roy Orbison, Tom Petty e Jeff Lynne.

“Vivendo no mundo material”

Lançado em 2011, “George Harrison: Living in the Material World", documentário dirigido por Martin Scorsese, tem entrevistas com muitos músicos, além de filmagens e fotos caseiras fornecidas pelo arquivo particular da família de Harrison. O filme mostra a carreira do guitarrista nos Beatles, sua bem-sucedida empreitada solo e também sua passagem pelo cinema. A espiritualidade oriental, elemento chave tanto em suas composições como em seu cotidiano, também é central no filme, que é conduzido por narrações do guitarrista. A obra traz o rigor jornalístico de Martin Scorsese para desvendar o personagem, guitarrista, membro da maior banda de rock do mundo.
Harrison, assim como Ringo Starr, nunca desfrutou da idolatria gerada por Paul McCartney e John Lennon. Ao reconstituir seus passos, o cineasta renova o fascínio por alguém que ignorou a posteridade. "Não me importo se eu não for lembrado", disse certa vez, conforme relatou Olivia Harrison ao New York Times. Ela foi casada com o britânico entre 1978 e 2001, ano da morte dele. Olivia, também produtora do filme, foi quem procurou Scorsese para assumir a empreitada. O principal argumento para sensibilizá-lo foi uma afetuosa carta escrita por George para a mãe dele quando tinha um pouco mais de 20 anos. "Ele expressava a ideia de que sabia que a vida não se limitava à riqueza e à fama".
 “Living in the Material World” tem depoimentos dos amigos do guitarrista, incluindo Eric Clapton, Terry Gilliam, Eric Idle, George Martin, Paul McCartney, Yoko Ono, Tom Petty, Phil Spector, Ringo Starr e Jackie Stewart.

My sweet lord

Epifania é uma súbita sensação de realização ou compreensão da essência ou do afeto de alguém. O termo é usado nos sentidos filosófico e literal para indicar que alguém encontrou finalmente a última peça do quebra-cabeças e agora consegue ver a imagem completa.
No romance “A Paixão Segundo G.H.”, de Clarice Lispector, ocorre na personagem G.H. o fenômeno epifânico quando ela come uma barata e começa enxergar o mundo de uma forma diferente. Como G.H., ocorreu em George Harrison o mesmo fenômeno quando ele se envolveu com a cultura indiana e o hinduísmo no meio dos anos 60. O ex-beatle ajudou a expandir e disseminar, pelo Ocidente, instrumentos como o cítara e o movimento Hare Krishna. A partir desse momento, Harrison passou a ser um compositor mais filosófico, com músicas cada vez mais inspiradas.
Harrison também se engajou em campanhas para chamar a atenção mundial para a Índia, como o “Concerto para Bangladesh” (1971). Nesse tipo de evento, George foi pioneiro. Aí está uma das virtudes mais memoráveis do músico. Harrison sempre foi uma pessoa comprometida com o amor, a harmonia, alguém que desejava e lutava para viver num mundo mais digno e igualitário. Ele não foi tão somente um músico brilhante, mas também um ser humano extraordinário, de ações admiráveis.

(Texto de Ricardo Salvalaio publicado no Caderno Pensar, do jornal A Gazeta, no dia 26/11/2011) – com alterações.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

TUDO SOBRE 'JOÃOZINHO', 'DEBI E LÓIDE' E 'INTERESTELAR' QUE ESTREIAM AMANHÃ NOS CINEMAS

Amanhã temos provavelmente a melhor semana de estreias nos nossos cinemas em 2014. Aguardadíssimos 'Joãozinho', 'Debi e Lóide' e 'Interestelar' começam nesta quinta a corrida rumo ao gosto dos cinéfilos de plantão. Saiba mais sobre o trio lendo a matéria completa.

Para todos os gostos
Trio de estreias prometem levar emoção e humor às telonas

Divulgação


Joãosinho acreditava na missão política da arte, diz Matheus sobre "Trinta"

Aos 45 anos e quase 20 de carreira, Matheus Nachtergaele é um homem inquieto. Não só na maneira agitada de falar e gesticular, mas também no trabalho, intenso e variado, que inclui desde personagens amados da TV –como o João Grilo da série "O Auto da Compadecida"–, até papéis mais pesados no cinema –como o doentio Everardo de "Baixio das Bestas" e o homossexual Dunga, de "Amarelo Manga", ambos do pernambucano Cláudio Assis.

O mais recente papel do ator, em um momento da carreira que ele define como "inventivo", é o carnavalesco Joãosinho Trinta. Na cinebiografia "Trinta", de Paulo Machline, que estreia nesta quinta (13), Matheus retrata o início da carreira do artista, quando ele ainda era apenas João Clemente Jorge Trinta, um maranhense que vai para o Rio tentar ser bailarino no Teatro Municipal e é apadrinhado por Fernando Pamplona, cenógrafo e carnavalesco.

O filme foca os anos de 1960 a 1973, justamente quando Trinta faz a passagem do Municipal para o barracão do Salgueiro, onde assina seu primeiro Carnaval e vence seu primeiro campeonato, com o enredo "O Rei de França na Ilha da Assombração".

Sobre o único encontro que teve com o carnavalesco, já escalado para o papel, Matheus conta que João enfatizou que o importante era mostrar "que ele lutou a vida inteira para fazer do Carnaval uma bandeira do valor e da alegria brasileiros. Ficou muito claro que ele acreditava profundamente na missão política que a arte tem", diz.

Em entrevista ao UOL, o ator falou também de suas inspirações, da necessidade de aprender balé e da versatilidade que marca sua carreira.

UOL - Você já contou que, no único encontro que teve com o João, em três horas ele resumiu o que era essencial para ele. Que coisas foram essas?
Matheus Nachtergaele - Acho que ele basicamente quis deixar muito claro que não interessava um filme de fofoca sobre a vida pessoal dele, que isso não era importante. Mas não porque ele tivesse medo disso, mas porque achava que o mais importante era o fato de ele ser um homem nordestino, de origem humilde, e que ele lutou a vida inteira para fazer do Carnaval uma bandeira do valor e da alegria brasileiros. Ficou muito claro naquele breve encontro que ele acreditava profundamente na missão política que a arte tem. A frase 'quem gosta de miséria é intelectual, pobre gosta mesmo é de luxo', não é só o que parece. Ela não é um cacoete, ela é uma frase política. Ela quer dizer: 'nós queremos viver bem, nós gostamos de coisas bonitas'. Não queremos ser objeto de uma antropologia qualquer sobre as misérias humanas. Queremos ser objeto de uma antropologia sobre a beleza, sobre a cultura, sobre a arte humana, sobre a abundância. É isso que ele quer dizer. É um homem extremamente humanista.

No que você se inspirou para interpretar o Joãosinho Trinta?
Eu acho que o que mais me chamou a atenção, não só no único encontro que eu tive com o Joãosinho, mas também das lembranças que eu tinha dele falando em público, das entrevistas, além das coisas óbvias --de ser um gênio, de ser um obcecado, um homem que tinha um pensamento de vanguarda sobre o que o Brasil pode ser--, era um certo olhar espantado para o mundo. Eu via nos olhos do João um encantamento infantil, e esse encantamento infantil sempre tem encanto e medo. Isso foi fundamental para a minha construção. Outra coisa muito importante foi o balé.

Por quê?
Nunca imaginei que aquela figura baixinha e barrigudinha tinha sido um bailarino profissional do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Então, fui fazer aulas de balé. Isso me ajudou a entender a obstinação do João, e também a deixar meu corpo um pouco mais ereto do que ele é. Na composição física, foi a única coisa que eu fiz, além de permanente no cabelo e de escurecermos um pouco a minha pele.

E no que você se concentrou para contar a história dele?
Eu fui me concentrando nos desafios que foram se somando diante dele, nesse cara que vem do norte, fica sozinho no Rio tendo que sobreviver longe da família, que sofre preconceito porque quer ser bailarino. Depois, quando finalmente acontece, não consegue destaque. E aí a grande virada, que é a hora em que o Pamplona rompe com o Salgueiro e ele assume o Carnaval. E a solidão desse homem no meio daquele barracão cheio de gente que não entende o que ele diz. Porque o período dele no Municipal o transformou em um homem de alta cultura. Ele está fazendo um Carnaval para o Salgueiro, mas o Salgueiro não entende. Ele está revolucionando o Carnaval para sempre. Tem uma solidão bonita isso. Eu achei um dos personagens mais lindos que eu já recebi. Espero ter feito à altura.Esse é mais um trabalho de uma carreira muito eclética, que tem tanto papéis queridos pelo público de TV, quanto papéis mais difíceis. Como você consegue ser tão versátil?

Acho que eu sou muito curioso, muito inquieto. Eu gosto de poder me comunicar com as pessoas. Ao mesmo tempo, gosto de investigar linguagens, de desafiar alguns conceitos. Eu seria infeliz se fosse um ator que só fizesse um tipo de trabalho. De vez em quando eu preciso fazer um trabalho de investigação, me colocar à prova, ultrapassar meus limites. E de vez em quando eu preciso me comunicar de verdade com a maioria das pessoas. Eu não acredito em uma arte que não possa ser ouvida no seu tempo. Acho que o Joãosinho Trinta também [não acreditava]. Então, acho que o meu cinema mais radical ele é também para formar um público mais livre. E o meu cinema mais 'popular' é para falar com todo mundo, com arte. E assim eu me sinto feliz.

Você está com 45 anos, quase 20 de carreira, reconhecido pela crítica e pelo público. Nessa trajetória, o que você tem orgulho de ter conquistado e o que ainda falta?
Eu vou usar a alegoria do Carnaval: acabado o desfile, por mais lindo que ele tenha sido, sobra um lixo feito de plumas e paetês, que tem que ser recolhido. E você começa de novo o próximo desfile, que tem que ser novo e será necessariamente um desafio para você e para todo mundo que estiver junto, e para a plateia. A gente não conquista nada, a gente dá um passo. Às vezes para a frente, às vezes para trás, às vezes para o lado. Às vezes passamos um período muito inventivo. Em outros períodos você está mais avaliando teu trabalho e o mundo. Às vezes, tomando fôlego para radicalizar alguma ideia. Às vezes, com vontade de simplesmente divertir as pessoas. A cada etapa, um desafio novo se impõe. Eu absolutamente me sinto sempre despreparado em cada trabalho. Nunca fico confortável quando chega um convite, sempre respiro fundo e falo: 'meu Deus, como vai ser isso?'.

E qual é o momento atual?
Eu estou em um período de bastante trabalho. Tem a estreia do 'Trinta', tem dois filmes na lata --o 'Sangue Azul', do Lírio Ferreira que já esteve no Festival do Rio e em Paulínia e estreia no início do ano que vem, e com o Cláudio Assis tem um quarto longa que a gente fez juntos, 'Big Jato', que também vai ser lançado no ano que vem. Eu saio do lançamento do 'Trinta' e começo a filmar um projeto da Anna Muylaert em São Paulo. Estou bem produtivo nesse momento, com projetos muito do meu coração, e produzindo teatro. Vou fazer teatro no ano que vem. Faz tempo que não tenho tempo de fazer isso e me sinto em débito com as pessoas e comigo, de estar junto com elas fisicamente, para fazermos uma oração bem profana. Não vou dizer o que é, porque depende de uma compra de direitos que está sendo negociada, mas já tem uma produção andando, já tem diretor, já está acontecendo. Se tudo der certo, consigo estrear ainda no primeiro semestre do ano que vem. Eu preciso estar com as pessoas.

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Conheça as seis "pirações" científicas da aventura espacial "Interestelar"

O cineasta Christopher Nolan mergulhou fundo na física, na astronomia, na história e na biologia para produzir seu grande épico espacial, "Interestelar". Ele acertou em muita coisa, errou em outras tantas, mas não deixou de apresentar conceitos radicais ligados à ciência real para construir sua história. Dê uma olhada nos principais tópicos abordados durante o filme.

AVISO: contém spoilers. Se você não quer saber detalhes da trama, não continue a leitura além deste ponto.

1. A ida à Lua foi uma fraude?

Essa é uma das coisas mais engraçadas do filme. Christopher Nolan pega a paranoia de que as missões Apollo, que levaram o homem à Lua em 1969, foram fraudadas (a propósito, não foram!) e a eleva à enésima potência. Ele imagina um futuro tão assolado pela crise da falta de alimentos que pega muito mal dizer que se gastou montanhas de dinheiro em programa espacial. Por essa razão, tornou-se conveniente para o governo americano abraçar as teorias da conspiração de que o programa Apollo foi uma farsa, engendrada brilhantemente só para motivar os soviéticos a gastarem fortunas em engenhocas inúteis.

No cenário apocalíptico futuro do filme, a Nasa teve de se tornar uma agência clandestina, para que a população não se rebelasse contra o governo. E, por incrível que pareça, não é um grande disparate. É apenas uma extrapolação do que vemos hoje. Atualmente, há muitas pessoas que defendem a ideia de que é imoral gastar com exploração espacial enquanto ainda há gente passando fome na Terra.

Esse argumento não faz o menor sentido, uma vez que os grandes avanços tecnológicos que melhoram a vida das pessoas muitas vezes são obtidos para atender outros objetivos, aparentemente de pouco fundo prático. O que seria de nós hoje sem os computadores portáteis? Entretanto, não houve grande motivação para o desenvolvimento da miniaturização dos computadores até que tenha sido preciso instalar um a bordo de uma espaçonave Apollo, justamente para realizar os pousos lunares.

O filme tenta enfatizar esse ângulo, muitas vezes ignorado pelo público em geral, ao realçar um futuro potencial em que a população da Terra só pode realmente ser salva pelo programa espacial.

2. Um desastre ambiental pode tornar a Terra inabitável?

O que se pode dizer é que isso já aconteceu antes na história da Terra. Cerca de 2,3 bilhões de anos atrás, houve um grande e súbito aumento da presença de oxigênio na atmosfera. Naquela época, o planeta era habitado exclusivamente por bactérias, e, para a imensa maioria delas, o oxigênio era tóxico. Resultado: uma grande matança de espécies.

Esse aumento do oxigênio foi ocasionado por criaturas que o produziam por meio da fotossíntese, e graças a elas os seres humanos puderam evoluir. Contudo, nós desenvolvemos tecnologias poderosas e também começamos a alterar a atmosfera terrestre. Há hoje mais gás carbônico atmosférico, injetado pela queima de combustíveis fósseis, do que houve em muitos milhares de anos.

Um consenso entre os cientistas é o de que as transformações produzidas pelo homem são graves, mas dificilmente tornariam o planeta inabitável. Outro consenso é o de que podemos enfrentar efeitos imprevisíveis ao alterar de forma radical um sistema tão complexo.

Em "Interestelar", crescentes tempestades de poeira ameaçam destruir todas as plantações do planeta, levando a humanidade à morte por inanição. É um cenário pessimista? Sem dúvida. Mas não é impensável. Prova disso é que muitas das entrevistas exibidas no começo do filme são reais, extraídas de um documentário, e dizem respeito a fenômenos atmosféricos que já estão acontecendo agora na Terra.

3. Podem existir buracos de minhoca?

Esta foi a saída encontrada por Nolan para permitir que, com tecnologia que não fosse radicalmente diferente da atual, nossos astronautas fossem capazes de visitar sistemas planetários em outra galáxia.

Os buracos de minhoca (ou de verme, dependendo da tradução) são uma espécie de túnel que liga duas partes distantes do espaço (e possivelmente do tempo também). O filme se dá ao trabalho de explicar em linhas gerais do que se trata, e Christopher Nolan fez parceria com um dos maiores especialistas no assunto, o físico americano Kip Thorne, para dar tratamento realista ao tema.

Em tese, segundo a relatividade geral de Albert Einstein, é possível haver essas passagens que ligam pontos distantes do espaço-tempo. Mas não é tão simples assim. Para manter a passagem aberta, estima-se a necessidade da existência de um tipo exótico de matéria, que tenha densidade de energia negativa. Ninguém sabe se isso pode sequer existir na realidade. Sabemos que, em pequena escala, é possível roubar energia do próprio vácuo, criando ali um ambiente com uma módica quantidade de energia negativa. Contudo, as quantidades exigidas para manter um buraco de minhoca aberto e com uma passagem suficiente para que ele seja atravessável por uma espaçonave em muito excedem esse efeito elementar da mecânica quântica.

Poderia uma civilização ultratecnológica do futuro saber de algo que não sabemos e permitir a criação desses túneis espaciais? Essa é a premissa de Nolan, que nem chega a ser nova. O mesmo artefato foi usado por Carl Sagan (depois de consultar o mesmíssimo Kip Thorne) em seu romance "Contato", depois adaptado para o cinema por Robert Zemeckis.

4. Um buraco negro é capaz de distorcer o tempo?

Em uma palavra: sim. Um buraco negro é uma das mais bizarras criaturas do zoológico cósmico. Ele é criado quando uma estrela de alta massa implode e concentra toda a sua massa num único ponto --a singularidade. Ao redor dela, surge uma região do espaço onde a gravidade é tão intensa que nada pode escapar dela, nem mesmo a luz. Por isso o objeto ganhou o sugestivo nome de buraco negro.

A teoria da relatividade geral de Einstein já mostrou que tempo e espaço estão intimamente ligados com a gravidade. O que experimentamos como a força gravitacional na verdade é uma curvatura que distorce o espaço e o tempo! Sob campos gravitacionais relativamente fracos, como os da Terra e do Sol, esse efeito é muito pequeno. Mas, nas redondezas de um buraco negro, ele se torna muito significativo.

O único problema --e um que Nolan procura evitar em seu filme-- é que as redondezas de um buraco negro tendem a destroçar você antes que possa experimentar todas essas coisas. O que nos leva aos planetas que ele apresenta no filme.

5. Os planetas de "Insterestelar" podem existir?

Os astronautas da espaçonave Endurance visitam três mundos ao longo do filme, todos orbitando em torno de um buraco negro. Até aí, sem grandes problemas. Planetas podem perfeitamente orbitar de forma estável em torno desses objetos. Mas a órbita precisa ser suficientemente distante.

O mais próximo dos planetas está quase na borda do buraco negro. Tudo que conhecemos sugere que essa órbita seria instável, e ele seria destruído pela gravidade colossal da singularidade. Ainda que não fosse, ele teria sua rotação travada, com a mesma face o tempo todo voltada para o buraco negro. Isso torna impossíveis aquelas ondas oceânicas gigantes que vemos no filme.

O segundo planeta é um mundo gélido, com nuvens sólidas congeladas flutuando pela atmosfera. Segundo o astrônomo americano Phil Plait, esse cenário, embora espetaculoso, não é realista. Não haveria como as nuvens sólidas se sustentarem no ar daquela forma.

Por fim, o terceiro planeta parece ser o mais simpático à vida como a conhecemos. Nada de improvável ali, exceto uma coisa: o ambiente ao redor de um buraco negro não é o ideal para você criar seus filhos. Mesmo numa órbita distante, rajadas poderosas de radiação seriam disparadas da borda do buraco, conforme ele despedaça matéria e a engole. Isso seria suficiente para esterilizar os mundos ao seu redor.

Resumo da ópera: sem o buraco negro, o filme perderia o charme. Com ele, perde a credibilidade. Mas quase ninguém vai ao cinema para ver documentários de ciência, e Nolan sabe disso.

6. Pode-se voltar de dentro de um buraco negro?

Por tudo que conhecemos da física, a entrada num buraco negro é um caminho sem volta. Ainda que você não seja despedaçado antes de cair lá, ao cruzar o chamado horizonte dos eventos, você está numa região da qual nem mesmo a coisa mais rápida do mundo --a luz-- consegue escapar. Nós, como somos bem mais lentos, não teríamos chance.

Contudo, Nolan aqui aposta na física que ainda não conhecemos. A verdade é que ainda tem muito chão pela frente até que os cientistas sejam realmente capazes de entender o que acontece no interior de um buraco negro. Lá é preciso combinar duas teorias que no geral não se bicam: a relatividade geral, que fala da gravidade, e a mecânica quântica, que fala do comportamento de partículas. Faz algum tempo que os cientistas tentam desenvolver uma teoria de gravidade quântica, que una as duas pontas, mas ainda não chegamos lá.

Sem ela, a ficção científica tem liberdade para especular sobre o que acontece no interior de um buraco negro e até mesmo imaginar formas cientificamente respeitáveis de se sair dele, explorando ideias como a possível existência de outras dimensões físicas. Nolan apostou nessa saída para dar um final mais contundente ao seu épico espacial. Kip Thorne, produtor-executivo do filme, não reclamou.

O filme estreia na próxima quinta, 13/11, e o Guia da Semana te conta porque você não pode perder!


Jeff Daniels ri por último em sequência de "Debi & Lóide"



O telefone de Jeff Daniels toca, e seus agentes estão na linha.

“Foi uma intervenção”, disse o ator, que tem reputação de fazer papéis sérios em filmes de sucesso, sobre a tentativa fracassada de evitar que ele fizesse a comédia escrachada “Debi & Lóide” com dois diretores novatos duas décadas atrás.

“Vamos impedir isso. Você não vai fazer este filme, e vamos te manter no caminho para o Oscar”, conta Daniels, de 59 anos, lembrando da reação de seus agentes.

Eles não podiam prever que seu papel como Harry, um criador de cães palerma e desempregado, iria se tornar um de seus personagens mais conhecidos e um de seus maiores sucessos de bilheteria.

Daniels reprisa o papel, com a reputação intacta, em "Debi & Lóide 2" ao lado de Jim Carrey, cujo desempenho como Lloyd Christmas, melhor amigo de Harry e igualmente tolo, estabeleceu a fama do comediante como um dos maiores astros de Hollywood.

A aventura desmiolada dos irmãos Bobby e Peter Farrelly irá estrear nos cinemas norte-americanos na sexta-feira e começa com Harry, 20 anos mais velho, mas ainda idiota, precisando de um transplante de rim e incapaz de encontrar um doador adequado.

Isso até que ele descobre uma filha que não sabia ter tido e que foi colocada para adoção. Ele e Lloyd saem em viagem para encontrá-la, mas se envolvem sem querer em uma trama de assassinato. “Encontre sua filha, encontre seu rim”, exclama Lloyd a um Harry confuso, em um trocadilho com as palavras em inglês “kid” (filha) e “kidney” (rim).

A viagem se desenrola com as típicas trapalhadas irresponsáveis da dupla, inclusive cruzar o país em um carro funerário emprestado e em uma máquina de limpeza de pistas de gelo.

11 MOTIVOS PARA ASSISTIR "DEBI & LÓIDE 2"


Depois de 20 anos, Jim Carrey e Jeff Daniels estão de volta para reviver um dos papéis mais marcantes de suas carreiras: Debi & Lóide. Desta vez, a dupla descobre que Debi é pai de uma moça, partindo, então, em uma hilariante viagem para encontrá-la. É que, além de tudo, Debi está doente e precisa ter um rim doado de um parente legítimo - o que eles não esperavam é que a jornada poderia ser mais perigosa do que o imaginado! Há dúvidas de que séra sucesso na certa? Por isso, o Guia da Semanate dá 10 bons motivos para você assistir ao filme. Confira!

1. Jim Carrey e Jeff Daniels estão de volta - 20 anos depois. A dupla mais querida do cinema não mediu esforços para que o filme acontecesse mais uma vez. Foram 20 anos desde a estreia da primeira parte e, agora, Debi & Lóide nos fazem, mais uma vez, rir como crianças. 

2. O filme quase não aconteceu! Depois de ser cancelado pela Warner Bros., "Debi & Lóide 2" encontrou sobrevida na Universal - ainda bem! Imagina se não rolasse mesmo?

3. Peter e Bobby Farrelly retornam à direção - Não seria a mesma coisa se "Debi & Lóide 2" fosse gravado por outro diretor. Por isso, os irmãos Farrelly assumem, mais uma vez, a direção.

4. Eles se superaram! Mesmo que Carrey e Daniels, durante o período que separa os dois filmes, tenham batido figurinha em ótimas comédias, a gente também viu os dois em muito filme cabeça: "Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças" é um exemplo para o primeiro e "As Horas", para o segundo. Entretanto, as dois mostram que continuam sabendo fazer rir como ninguém. Afinal, tem coisa mais engraçada que as caras e bocas de Jim Carrey?!

5. Quem assume o roteiro, é Sean Anders e John Morris. A dupla já escreveu a história de diversas comédias, como "Quero Matar Meu Chefe", "Família do Bagulho", "Os Pinguins do Papai!" e "Sex Drive: Rumo ao Sexo". É claro que daí só poderia sair coisa boa!

6. No elenco de apoio, o filme ainda conta com a veterana Kathleen Turner. Depois de roubar a cena com atuações densas no seriado "Californication", a atriz é uma surpresa e também nos arranca boas risadas.

7. Quem também dá as caras é o hilário Rob Riggle, de "Anjos da Lei" e "Vendedores Pirados". O papel da filha fica por conta da não menos engraçada Rachel Melvin, da série "Days Of Our Lives". 

8. "Debi & Lóide 2" não é só um filme para os fãs do original. As novas aventuras da dupla promete conquistar, também, novos espectadores, mesmo aqueles que não tenham assistido à primeira parte. 

9. É claro que as piadas antigas não ficam de fora: a célebre cena do "cachorro-móvel" ganha uma repaginada e o garoto cego (interpretado pelo mesmo ator) aparece outra vez. Nostalgia total!

10. Misturando um humor leve, bizarro e, às vezes, até ingênuo, o filme deixa de lado piadas preconceituosas, mostrando que não é preciso ofender para fazer rir. Arrasou! 

11. Acima de tudo, "Debi & Lóide 2" retrata uma das amizades mais verdadeiras do cinema e, em algumas cenas, quase leva ao choro. Não acredita? Agora é só assistir!

domingo, 9 de novembro de 2014

SAÍ A SINOPSE E O ELENCO DE NOVO FILME DE TARANTINO. SAIBA MAIS

'The Hateful Eight', novo filme de Quentin Tarantino tem sinopse e elenco divulgados. Confira a nova história que um dos maiores diretores da atualidade irá contar em 2015 lendo a matéria abaixo.


The Hateful Eight: Elenco principal e sinopse do novo filme de Quentin Tarantino são anunciados
Channing Tatum foi confirmado, mas seu papel no filme será secundário.

Foi divulgada a sinopse oficial e a lista de atores do elenco principal de The Hateful Eight, próximo filme de Quentin Tarantino. O faroeste terá Samuel L. Jackson como o Major Marquis Warren, o caçador de recompensas; Kurt Russell como John Ruth, o homem da forca; Jennifer Jason Leigh como Daisy Domergue, a prisioneira; Walton Goggins como Chris Mannix, o xerife; Demian Bichir como Bob, o mexicano; Tim Roth como Oswaldo Mobray, o pequeno homem; Michael Madsen como Joe Gage, o caubói; e Bruce Dern como o General Sandy Smithers, o confederado.Channing Tatum também foi confirmado no elenco, mas terá um papel menor do que o dos demais atores citados.

A The Weinstein Company ainda divulgou a sinopse oficial do filme. Leia abaixo:

"Em The Hateful Eight, ambientado seis, sete ou oito ou doze anos depois da Guerra Civil Americana (1861 - 1865), uma diligência se acidenta na paisagem invernal de Wyoming. Os passageiros, o caçador de recompensas John Ruth (Russel) e a fugitiva Daisy Domergue (Leigh), fogem em direção à cidade de Red Rock, onde Ruth, conhecido por estas bandas como "o homem da forca", entregará Domergue à justiça.

Ao longo da estrada, eles encontram dois estranhos: o Major Marquis Warren (Jackson), um ex-soldado da União que se transformou um infame mercenário, e Chris Mannix (Goggins), um renegado sulista que reivindica o direito de ser o novo xerife da cidade.

Depois de se perderem na nevasca, Ruth, Domergue, Warren e Mannix buscam refúgio em uma parada administrada por Minnie no passo de uma montanha. Quando eles chegam lá, são recebidos por quatro desconhecidos: Bob (Bichir), que está cuidando do estabelecimento enquanto Minnie visita sua mãe, Oswaldo Mobray (Roth), o carrasco de Red Rock, o caubói Joe Gage (Madsen) e o Confederado General Sandy Smithers (Dern). À medida que que tempestade de neve se intensifica, nossos oito viajantes descobrem que eles podem nunca chegar a Red Rock..."


Alguns dos nomes citados em especulações para o elenco principal não foram confirmados, como Viggo Mortensen e Jennifer Lawrence.

O filme será finalmente rodado em dezembro, depois de uma controvérsia envolvendo o vazamento do roteiro que pôs Tarantino para refletir se iria ou não tirar o longa-metragem do papel.

The Hateful Eight deve estrear no final de 2015.

AS VÁRIAS FACETAS DOS SIMPSONS

Quem disse que um desenho não pode se modificar? Estão aí 'Os Simpsons' para comprovar. Os amarelos já tiveram versões Pokemons, Minions, Legos, Futuramas, Dragon Ball Z... Confira abaixo as várias facetas dos Simpsons.



As mil e uma facetas de 'Os Simpsons'

Veja os créditos de abertura do crossover entre Os Simpsons e Futurama
"Simpsorama", episódio que reunirá "uma série cheia de ideias" com "uma série cheia de episódios", será exibida hoje nos Estados Unidos.

"Simpsorama", o episódio que reunirá a criativa Futurama e a "cheia de episódios" Os Simpsons, será exibido hoje, às 20 horas, na Fox dos Estados Unidos. Como "esquenta" para esse aguardado capítulo, veja a sempre esperada e personalizada cena de abertura da série mais longa da história da televisão, na qual Margie, Lisa, Maggie e Bart notam algo de estranho com o seu sofá, enquanto Homer não só fica à vontade, como sensualiza com o mesmo.

Sexto episódio da 26ª temporada de Os Simpsons, "Simpsorama" marca o segundo crossover da série em 2014. No dia 28 de setembro, os Griffins foram a Springfield em episódio polêmico de Family Guy, em que uma piada de estupro chocou os espectadores e provocou declarações de repúdio oficiais de órgãos dos Estados Unidos.



“Os Simpsons” versão Pokémon, Hora de Aventura, Minions e outros em especial de Halloween

Na noite de ontem (19), a FOX americana exibiu o 25º especial de Halloween do seriado “Os Simpsons”. Como nas edições anteriores, o episódio “Treehouse of Horror XXV” trouxe ao seriado diversas referências culturais, incluindo os filmes “Laranja Mecânica” e “2001: Uma Odisséia no Espaço”, de Stanley Kubrick.

Ao longo do episódio, a família Simpsons encontra os fantasmas de suas versões passadas do desenho. Depois disso, Lisa tem uma reflexão catastrófica: “Se existem duas encarnações de Os Simpsons, por que uma empresa malvada de markenting não poderia criar outras milhares?”.

O que acontece depois é um incrível encontro de milhares de versões da família Simpsons como referência a muitos (sério, são muitos) outros desenhos:


Em poucos segundos, vimos Maggie de Pikachu (“Pokémon”), Bart vestido de Naruto, Homer de Zoro (“One Piece”), Marge de Rangiku Matsumoto (“Bleach”) e Santa como Shenron do “Dragon Ball Z” (ou seria Haku de “A Viagem de Chihiro”?).

Também encontramos referências à “Hora de Aventura”, “South Park”, “Lego”, “Meu Malvado Favorito” e a versão Simpsons do episódio “The Island of Dr. Hibbert”, o 13º especial de Halloween.

Quando pensávamos que não podíamos amar “Os Simpsons” mais ainda, eles dão um jeito de colocar os desenhos que também estão em nossos corações. :’)

O episódio ainda não tem data para chegar ao Brasil.

O encontro de “Os Simpsons” com “Uma Família da Pesada” em novo trailer de episódio especial

Durante a Comic Con 2014 que tá rolando em San Diego, Califórnia, o público pôde conferir o primeiro trailer do episódio crossover entre “Os Simpsons” e “Uma Família da Pesada”.

O trailer, com quase cinco minutos, mostra o encontro entre as duas famílias e como as coisas saem do comum, afinal, a gente tá falando de duas famílias meio louquinhas, né? Hahahaha.



“The Simpsons Guy” marcará a estreia da 13ª temporada de “Uma Família da Pesada” e vai ao ar nos EUA em 28 de setembro.

“Os Simpsons” já fizeram ‘pontas’ em “Uma Família da Pesada”, mas esta é a primeira vez que as famílias ganharão um episódio especial juntas.

“Os Simpsons” irão encontrar sua primeira versão, de 1989, em episódio especial de Halloween

Tem mais novidade legal na nova temporada de “Os Simpsons”. Depois de se encontrar com o pessoal de “Uma Família da Pesada”, a família amarela irá encontrar uma versão deles mesmos – só que do jeitinho que estrearam na TV, em 1989.

As duas versões da família de Homer travarão uma batalha sangrenta inspirada no filme “Os Outros” (2001).

simpsons

“Sugerimos que eles fossem assassinados e enterrados embaixo da casa, então isso é uma expansão daquele pensamento”, disse o produtor Al Jean ao EW, sobre o episódio especial. “Se as pessoas querem um verdadeiro massacre para o dia das bruxas, elas terão”.

Os Simpsons da “primeira geração” já fizeram algumas participações na série ao longo dos anos, mas essa será a primeira vez em que as duas versões da mesma família irão contracenar e se enfrentar.1987

“Treehouse of Horror” vai ao ar em outubro.

'Simpsons' viram Lego em episódio
Após virarem Avatares, bruxos, pokemons e tudo mais agora 'Os Simpsons' virarão Lego. 

"Sou só eu ou todo mundo sente que tem algo estranho hoje?", pergunta Bart Simpson no trailer do episódio 550 de "Os Simpsons" que vai ao ar no próximo domingo nos Estados Unidos. A diferença que Bart e todos os telespectadores perceberão é que os personagens vivem em um mundo feito todo de Lego.

Chamado de "Brick Like Me, o episódio mostra Homer tentando descobrir como chegou ao "mundo Lego" e o que deverá fazer para não ficar preso nessa outra dimensão para sempre.

"Se a ambição de um episódio de Simpsons pode ser medido pelo sono perdido, esse é o episódio mais ambicioso da história", disse o produtor executivo Brian Kelley em entrevista à revista americana "Entertainment Weekly".


Ainda de acordo com os produtores, uma das questões mais difíceis do processo de criação do episódio foi imaginar que os personagens de Simpsons vivem em "um mundo real" em contraposição ao dos brinquedos Lego.

"Por causa desse episódio, temos de acreditar que os Simpsons vivem no mundo real – pelo menos eles acreditam que eles vivem. E quando eles estão no mundo Lego, existem regras diferentes", disse Matt Selman à revista.

Ele explicou que o episódio começa no mundo Lego, onde os personagens acreditam viver "sua vida normal". "Então, por meio de uma série de flashbacks bizarros, Homer começa a suspeitar que o mundo Lego não é onde ele pertence", contou Selman.