quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

CRÍTICA DO FILME 'ROBOCOP'

Estreou neste fim de semana nos nossos cinemas a refilmagem do clássico ‘Robocop’, dessa vez dirigido pela cineasta brasileiro José Padilha. Será que o diretor do aclamado ‘Tropa de Elite’ conseguiu se sair bem? Confira nossa crítica abaixo:

Por Sandro Bahiense

Melhor do que a encomenda
Novo ‘Robocop’ surpreende pela ousadia de Padilha

A missão de José Padilha não era nada fácil. Mostrar que ‘Tropa de Elite’ não havia sido somente uma curva fora da reta e refilmar um dos clássicos do cinema de aventura mundial. Logo, ‘Robocop’ era muito mais do que uma simples refilmagem.

Mas missão dada para José Padilha é missão cumprida. O novo ‘Robocop’ é ótimo desde sua concepção até seu conceito. Nosso diretor mostrou ser corajoso ao abordar temas que ficaram de fora da primeira filmagem, sem esquecer de citar trechos do clássico de 1987.


A trama

No ano de 2028, a OMNI Corporation domina os sistemas de segurança. Seus drones e robôs estão espalhados mundo afora, mas nos Estados Unidos eles são proibidos, por conta de uma lei e a rejeição de 72% da população. O motivo? A certeza de que "máquinas não sentem".

Ganancioso, o empresário Raymond Sellars (Michael Keaton) manda seu cientista (Gary Oldman) criar um novo produto na OMNI Corp., para driblar essa percepção. Ao investigar um esquema de corrupção policial, o oficial Alex Murphy (Joel Kinnaman) acaba vítima de um violento atentado. Com boa parte do corpo destruído, ele vira a cobaia perfeita para a nova invenção da companhia, uma criatura híbrida, cujo maior desafio será saber qual lado irá prevalecer: o homem ou a máquina. 


Crítica

Era claro que Padilha não podia refilmar o mesmo Robocop de 1987 com seus movimentos lentos, e, dã, robóticos. O novo robô policial é mais ágil e dinâmico. A armadura negra dá um quê de modernidade e nos faz tentar (pelo menos tentar) nos desapegarmos do filme original. Funciona.

Até porque Padilha cria um cenário independente da trama do primeiro filme, mas sem perder a essência da história do original, o que agradou aos velhos e aos novos fãs.

Com liberdade, José se mostrou ousado ao criticar a forma como os EUA tratam de sua política externa bélica, afinal os drones são usados para controlar populações no exterior e não a sua própria.


Ao inserir o Robocop à estória, Padilha trata do eterno diálogo entre a influência da máquina na vida humana o tempo todo, inclusive nas (boas) cenas de ação. Contudo, isso é feito de forma discreta, sem pieguismos.

As cenas de ação são boas, especialmente as que mostram a perspectiva de tiro do próprio Robocop o que agrada em cheio a fãs de vídeo game, em especial àqueles que gostam de jogos de tiro.

O ritmo do filme é dinâmico, talvez por possuir um roteiro claro, simples e direto. Isso faz com que seu elenco tenha muito espaço para brilhar, especialmente o ótimo Samuel L. Jackson que, na pele de um sensacionalista jornalista, brilha intensamente.



O novo ‘Robocop’ ´é ótimo! Bem filmado, com uma estória boa, e com boas interpretações. Padilha estreou com o pé direito em Hollywood, e nós espectadores podemos, e devemos, usufruir disso. Vá ao cinema, vai valer a pena.

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