sexta-feira, 4 de julho de 2014

MATÉRIA ESPECIAL: ARTISTAS PODEM TOMAR PARTIDO?

Amigo do blog Outros 300, você que é fã de artes e cultura em geral, e que, provavelmente, também deve entender ou se interessar por política, que tal se juntássemos os dois agora? Confira na matéria especial. É possível, saudável e ético artistas tomarem partido em relação à política? 

Lobão x política - matéria do Cifras.com


Lobão lança música contra o PT; ouça "A marcha dos infames"

O cantor e músico Lobão lançou nesta semana uma nova música, intitulada "A marcha dos infames". Curiosamente publicada na conta do Soundcloud da revista Veja - cujo site o tem como colunista -, a canção critica o Partido dos Trabalhadores (PT). 

O motivo da crítica não é apenas por uma preferência política. Lobão acusa o PT de o ter colocado em uma lista negra pública, assinada por Alberto Cantalice, vice-presidente do partido. Reinaldo Azevedo, Augusto Nunes, Diogo Mainardi, Demétrio Magnoli, Arnaldo Jabor, Guilherme Fiuza, Marcelo Madureira e Danilo Gentili também estão na famigerada lista.


Opinião

"Não sei de política, meu negócio é tocar minha sanfona" essa fala coube ao artista brasileiro com maior fama internacional desde Carmem Miranda. Michel Teló não teve a menor vergonha de afirmar que não quer saber de política, como se ela não o afetasse em nenhum momento. Pena.

No outro lado desta história está Lobão, personagem principal desta matéria, militante político, ou melhor (ou pior): Militante anti político ou anti PT mais especificamente.

Tal militância, supostamente, traz malefícios à carreira de Lobão, afinal o músico se afirma contra o partido da atual presidente e, por exemplo, está inserido nesta possível, e abominável (caso verdade), lista negra do PT. Por outro lado a quem afirme que tal posicionamento nada mais é do que uma grande jogada de marketing, afinal assim o cantor se manteria em evidência. Mesmo que o seja, é melhor um cantor tentar se manter em evidencia através de um discurso político, ou politizado, do que só tocando sanfona e cantando músicas de duplo sentido.

Paradoxalmente à frase acima, discordo de artistas que tomem partido de forma pública, pois o processo eleitoral no Brasil é frágil e a nossa cultura política é quase nenhuma. Se pessoas trocam voto por dentaduras, porque não o fariam se, por exemplo, Zezé di Camargo e Luciano assim os induzissem?

Bem, não vejo fãs de Lobão votando em político A ou B por sua influência, mas não acho justo que alguém com histórico de luta social tão evidente faça campanha aberta contra quaisquer partidos que fossem. O ideal, neste caso, seria o artista tecer conselhos para que seus fãs ficassem atentos aos trâmites políticos num plano geral e para que eles tomassem suas próprias decisões, até votar no PT caso fossem.

Não vejo o cenário de imparcialidade que pintei em relação aos artistas e política. Provavelmente Zezé di Camargo, Lobão e até o Teló deverão estar em palcos de políticos usando as suas carreiras e os fãs que conquistaram para influenciá-los. O mais triste: Conseguirão influenciar alguns sim. Pena. Só uma última coisa: Lobão componha músicas de protesto contra o PT melhores na próxima vez ok? 


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