quarta-feira, 20 de agosto de 2014

TRIBUTO A RAUL SEIXAS VIRARÁ ESPECIAL DE TV

Costumeiramente feito de ano em ano o Tributo a Raul Seixas virará especial de TV. Saiba quem participou da edição deste ano, quais foram as músicas escolhidas e muito mais lendo a matéria completa.

Por Henrique Porto


Tributo a Raul Seixas no Rio reúne Os Panteras, mas não empolga fãs

"Fiquem à vontade para gritar 'Toca Raul' o quanto quiserem, afinal, é para isso estamos aqui hoje", brincou Viviane, filha de Raul Seixas, pouco antes de proclamar aberta mais uma edição de "O Baú do Raul", na noite desta terça-feira (19), na Fundição Progresso, no Rio de Janeiro. Mas o projeto criado em 1992, e que vem reunindo músicos brasileiros de várias gerações para regravar ao vivo a obra do cantor e compositor baiano, parece ter chegado sem fôlego a 2014, ano em que se completa um quarto de século desde a morte de Raulzito.

Seja pelo pouco ineditismo que a homenagem oferece hoje, seja pela pouca ousadia das novas versões apresentadas, o fato é que o show desta terça não chegou a empolgar totalmente o bom público que compareceu à Fundição. Ainda assim, houve momentos especiais e curiosos, como a reunião dos Panteras, banda original de Raul Seixas, depois de 46 anos. Junto de Jerry Adriani e do cantor Edy Star, amigos de Raul, tocaram "Você Ainda Pode Sonhar" (versão do "Maluco Beleza" para "Lucy in The Sky With Diamonds", dos Beatles) e "Sessão Das Dez", respectivamente. Ou Zeca Baleiro e sua interpretação para "Aos Trancos e Barrancos", único samba de autoria de Raul.

O guitarrista Luis Carlini (autor do célebre solo de "Ovelha Negra", de Rita Lee) levantou poeira com "Rock das Aranhas". Sob gritos de "bota pra foder", o carismático Marcelo Nova também fez bonito com as roqueiras "Século XXI" e "Rock n' Roll". E Nasi e Edgar Scandurra, do recém-reagrupado Ira!, foram reverenciados com "As Minas do Rei Salomão" e uma hendrixiana "Pai Nosso da Terra". Mas todas em versões corretas, sem muito a acrescentar às originais.

O fato de a apresentação ter sido gravada pelo canal a cabo Multishow, para ser transformada em um DVD, também contribuiu para a quebra de ritmo do show, uma vez que, por questões técnicas, boa parte das músicas precisa ser executada mais de uma vez — "Se o Rádio Não Toca", com o Cachorro Grande, foi tocada três vezes.


Quem fez diferente mesmo foi a cantora Ana Cañas. Acompanhada "apenas" por uma Gibson Les Paul e pelo guitarrista Lúcio Maia, do Nação Zumbi, rearranjou "Medo da Chuva" e "Metamorfose Ambulante" em versões com ecos de Neil Young. E Gabriel Moura, aproximando "Eu Nasci Há 10 Mil Anos Atrás" do balanço de Jorge Ben Jor.

Cañas, aliás, foi a única representante da ala feminina no show, já que Maria Gadú, escalada para cantar "A Maçã", anunciou sua ausência do projeto um dia antes do show, por meio de comunicado publicado em sua página no Facebook.

No encerramento, Nação Zumbi escolheu "Conserve Seu Medo", um dos "lados B" da obra de Raul, como explicou sua ex-mulher e responsável pela homenagem. E voltaram para algo, a princípio, fora do roteiro: o sucesso "Manguetown", da era Chico Science, com participação de B Negão. "Essa vai pra você, Raul", gritou o vocalista Jorge Du Peixe.

Agora é esperar o DVD, que deve chegar as lojas até o fim do ano. Uma exibição especial também está programada para ir ao ar no Canal Brasil, ainda sem data definida.

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