segunda-feira, 22 de setembro de 2014

MATÉRIA ESPECIAL: O ESPÍRITO SANTO ESTÁ PREPARADO PARA RECEBER GRANDES EVENTOS?

Roger Hodson, (possivelmente os) Rolling Stones e, claro Paul McCartney. Além destas três super lendas da música mundial, o Espírito Santo poderá receber outros grandes eventos neste ano e no ano que vem. Mas a pergunta é: Estamos preparados para receber grandes eventos? Confira abaixo uma matéria acerca do assunto e tire suas conclusões.

Por Leandro Reis

O Estado está preparado para entrar no itinerário dos grandes shows?

Shows de renome alimentam sonho por grandes eventos

Foto: Divulgação
Anúncio de Paul McCartney em Cariacica dá visibilidade ao Espírito Santo
Se você nasceu ou mora no Espírito Santo há algum tempo, já ouviu que o Estado é o primo pobre da Região Sudeste. Encoberto por Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, o território capixaba geralmente fica à margem de shows de renome, sejam nacionais, sejam internacionais. Por isso, o anúncio do show de Paul McCartney no Kleber Andrade no dia 10 de novembro surpreendeu tanto. Somado à confirmação de Roger Hodgson, ex-vocalista do Supertramp, no dia 21 de outubro, e à possibilidade dos Rolling Stones em março – segundo o produtor Flávio Salles, o mesmo que anunciou o ex-beatle –, o Espírito Santo se vê aquecido para uma rota de espetáculos de grande porte, ensejo um tanto quanto inédito por aqui.

A esperança cresce, mas há algumas dúvidas, no entanto, a respeito da resposta do público e da estrutura do Estado para a realização de eventos grandiosos. O produtor Kaedy Azevedo, proprietário do IlhaShows, diz que o sucesso ou o fracasso do show de Paul McCartney será fundamental para o futuro desses eventos no Espírito Santo. 

“Se o show for bem-sucedido, pode ser um divisor de águas. Caso contrário, se não for feito o dever de casa, o tiro pode sair pela culatra”, diz. Kaedy pensa, também, que esses eventos podem gerar mais lucro para outros serviços, a exemplo do turismo. “O Espírito Santo é muito bem posicionado em relação aos outros Estados. Podemos receber turistas do resto do Sudeste, principalmente os mineiros. Isso fortalece a economia.”
 
O produtor Patrick Ribeiro, responsável pela produção local do Russian State Ballet – companhia que apresentou “A Bela Adormecida” no dia 11 deste mês –, também chama a atenção para os serviços paralelos aos shows. Em março, ele trouxe a exposição “Maravilhas do Corpo Humano”, iniciativa que recebeu, segundo Patrick, várias excursões de ônibus vindas da Bahia, do Rio de Janeiro e outros locais. 

Foto: Divulgação
Roger Hodgson, ex-vocalista da cultuada banda Supertramp, traz para Vitória seu show solo, em outubro
“É um acréscimo inevitável. Para atrair público, a beleza natural do Estado deve ser usada como um conjunto da obra”, diz. “Hoje não temos um evento que preenche a lacuna do Vital, por exemplo. Muitas pessoas aproveitavam para fazer turismo paralelamente à programação.” 

Ele torce para que o mercado local não fique saturado, visto que o ineditismo de produções como a de Hodgson e McCartney também são fator essencial para a resposta do público. “O que vai dizer se esses eventos permanecerão aqui é a resposta dos pagantes, e se as produções correspondem ao preço pago.”

Patrick acredita que o Espírito Santo tem condições de receber outros espetáculos de renome, embora tenha dúvidas quanto à estrutura paralela que pode ser oferecida. Recentemente, ele teve problemas para hospedar uma equipe envolvida com um de seus eventos, em Cariacica. “Estou tendo que alugar casas para eles. E olha que é um evento infinitamente menor do que o Paul McCartney”, diz.

Teatro

Os anúncios das apresentações de McCartney e Hodgson não aqueceram só as expectativas em relação aos grandes shows musicais, mas também a espera de espetáculos maiores no teatro. Isso porque, além da visibilidade que o ex-beatle e o ex-Supertramp podem dar aos eventos culturais, duas estruturas devem ser entregues em breve: o Sesc Glória, neste sábado, e o teatro do Cais das Artes, em dezembro – com 1.350 lugares.

“Estamos na expectativa desses espaços porque, hoje, não conseguimos trazer grandes musicais por falta de estrutura”, explica Wesley Telles, diretor de produção da WB Produções. “Público e estrutura até têm crescido, mas ainda não são ideais.”

Segundo Wesley, o problema maior dos espaços utilizados para espetáculos teatrais de grande porte não é a capacidade de público, mas a qualidade técnica. Um musical, que mescla música e dramaturgia, pode ter seu nível artístico prejudicado. “Sinto falta da dramaturgia. A música geralmente sai muito bem, mas algumas falas você acaba perdendo. Não adianta um lugar lotado sem a estrutura adequada.”

Opiniões

“O Kleber Andrade surge como uma opção de local para shows de grande porte que até então não tínhamos” Marcus Rangel, 25, bancário

“Não sei se o Estado entrará em uma rota de shows grandes. Não há estrutura boa nem para shows nacionais” Paula Dorsch, 24, publicitária

“Já é um começo. Espero ver mais artistas assim no Estado. Mas a estrutura do aeroporto pode ser um problema” Leonardo de Souza, 24, universitário
Retirado integralmente de A Gazeta

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