Em postagens anteriores disse que 'Livrai-nos do Mal' era o filme mais assustador do ano, mas parece que 'Annabelle' roubará o posto do filme anterior em breve. Pelo menos é o que aponta a crítica. Saiba mais sobre o filme que estreia hoje nos nossos cinemas lendo a matéria completa.
Pior que o Chucky! Boneca maligna Annabelle é protagonista do filme mais assustador do ano
Filme surpreende por roteiro bem amarrado e por tensão do começo ao fim
O filme Toy Story tinha a fofa premissa de que os brinquedos têm personalidade própria e que ganham vida quando seus donos não estão por perto. É tudo bem bonitinho e encantou muita gente, mas depois que você conhecer a boneca Annabelle, vai desejar que isso nunca aconteça.
Nesta quinta-feira (9), chega aos cinemas o filme que conta a história dessa boneca maligna.
Na trama, a dona de casa Mia espera sua primeira filha com o estudante de medicina John, interpretado pelo galã Ward Horton. Mia é apaixonada por bonecas e ganha de presente do marido uma boneca raríssima e realmente difícil de encontrar chamada Annabelle. Quando um acontecimento traumático mexe com o casal, Mia pede que John jogue Annabelle fora, porque acredita que ela trará lembranças ruins. O que ela não sabe é que não será tão fácil assim se livra dela e que os segredos por trás desse brinquedo assustador são muito mais bizarros do que ela imaginava.
Nos últimos anos, grande parte dos filmes de terror se apoiou em clichês e "muletas criativas", como aqueles sustos previsíveis aumentando o volume da trilha sonora ou jogando qualquer coisa na cara do espectador só pra causar pulinhos nas cadeiras do cinema. Indo na contramão, algumas produções se destacaram por priorizarem o roteiro e gerarem o medo através da história como um todo, fazendo o clima de tensão ser o elemento mais assustador e não apenas os sustos gratuitos em situações já exploradas à exaustão, como quando algum personagem se abaixa para cuspir ao escovar os dentes e vê que tem alguma coisa pelo espelho assim que se levanta. Ou aquela típica sombra que passa rapidamente que era, na real, um gato.
Um desses filmes diferentes que fez sucesso recentemente é Invocação do Mal, lançado em 2013, elogiado pela crítica e adorado pelo público. O longa conta a história de um casal que investiga casos sobrenaturais e está cuidando do drama vivido por uma família assombrada por um fantasma. Só que Annabelle faz uma pequena aparição no filme, mesmo não sendo o caso principal estudado pelos detetives. E a boneca despertou tanto a curiosidade dos fãs de terror nas redes sociais que os produtores e o diretor de Invocação do Mal, muito espertos, decidiram agora dedicar um filme inteiro para detalhar os mistérios que rondam a boneca.
Assim como no filme de 2013, um dos trunfos de Annabelle é que as cenas assustadoras não são rápidas e bagunçadas, como em vários filmes do gênero. Não vemos apenas relances das coisas que causam medo, tudo é mostrado direitinho. Em algumas cenas, longas pausas são feitas nos momentos de susto, justamente para que o medo seja prolongado e a sensação de desespero aumente. Não são sustos rápidos, daqueles em que você respira e espera pelo próximo. É algo contínuo e progressivo. Aliás, o começo do filme parece meio paradão, mas essa é a estratégia do diretor para ir elevando o nível de medo a cada nova cena. Brilhante!
O longa é assustador, mas conta com algumas ironias no texto muito bem colocadas para descontrair. Em determinado momento, uma personagem está em uma livraria procurando por respostas aos seus problemas e a atendente simplesmente diz que os livros sobre fantasmas assombrando famílias estão no corredor quatro.
Um detalhe interessante é que o nome da atriz que faz a protagonista é Annabelle Wallis. Coincidência ou genialidade macabra da equipe, quando os créditos sobem, rola aquele momento “não, é sério isso?”. E fica aqui mais uma curiosidade de arrepiar. A boneca existe mesmo e está trancada na casa dos detetives sobrenaturais, também reais, que moram nos EUA e que inspiraram essas histórias.
Falando especificamente do elenco, Annabelle Wallis é um alívio. Muitos filmes de terror colocam como musas bonitonas que se acabam de tanto gritar e que atuam muito mal. A atriz transmite uma serenidade fundamental para nos fazer acreditar e torcer por sua personagem. Ela grita sim, e muito, mas nos momentos certos e sem exagerar nas caras e bocas. E ela também é muito bonita, mas sem se sustentar apenas nisso. Ward Horton, o marido, é competente e entrega um bom trabalho, assim como Alfree Woodar, que faz uma grande amiga de Mia, e o padre que ajuda o casal, vivido por Tony Amendola.
Annabelle não é apenas uma boneca assassina como outros brinquedos que você já tenha visto nos cinemas. Diferente de Chuky, cuja proposta é mais sanguinolenta e de um humor ácido, Annabelle tem uma história mais complexa e mais completa, com detalhes mais assustadores. Se bem que o criador do boneco cheio de cicatrizes já disse em entrevistas que adoraria fazer um filme conjunto com ela. Seria interessante, não?
Fato é que Annabelle é o melhor filme de terror de 2014 e um dos mais divertidos dos últimos tempos. E os mistérios que existem em sua história são bem intrigantes, por isso não se deixe levar por impressões primárias, como o que você vê em trailers e cartazes. Não dá para revelar muita coisa, porque isso poderia estragar os sustos e também as revelações da trama, mas se você curte esse tipo de entretenimento, pode ir sem medo de ser feliz. Quer dizer, medo vai rolar com certeza, especialmente depois que você voltar para casa e der uma encarada nos brinquedos antigos que ainda tem no quarto. Talvez dormir com aquele bichinho de pelúcia fofinho não seja uma boa ideia esta noite.
Retirado de R7Cinema
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